O ESTADO DE S PAULO
Dúvidas dominaram o mercado do petróleo após o rastro de destruição deixado pelo furacão Katrina. Sexta-feira, havia previsões de todos os tipos. Pessimistas previam uma grande desaceleração da economia americana, os otimistas achavam que a economia pode enfrentar mais esse desafio, como mostra o bom comportamento das Bolsas de Londres e Nova York e do mercado financeiro; os mais equilibrados procuram afastar dos olhos a impressionante cena dos milhares de flagelados, para fazer previsões.
No entanto, todos reconhecem que a reconstrução das áreas atingidas exigirá pesados investimentos bem maiores que os US$ 43 bilhões gastos no último grande furacão denominado Andrew.
Havia muitas projeções do custo do Katrina. As mais conservadoras falavam em US$ 50 bilhões e as mais altas, em US$ 100 bilhões. Acreditamos que este valor é o mais provável se incluirmos o custo do transporte e acolhimento de mais de 25 mil pessoas e da urgência econômica de colocar em produção os poços de petróleo e refinarias. O Andrew, custou US$ 45 bilhões e nem de longe se assemelha ao atual.
Mas de onde virá esse dinheiro? Além dos recursos dos fundos, há os do governo na construção de pontes e estradas. Somem-se a isso os investimentos próprios das empresas de petróleo e refino, e teremos aí os US$ 100 bilhões estimados.
Infelizmente, muitos economistas estão dando mais atenção ao que foi destruído, sem levar em conta o que terá de ser construído. E com urgência, pois essa situação de desespero das famílias flageladas não poderá perdurar muito sob a pena de gastos políticos que já começam a surgir.
Mas de onde virá o dinheiro? Cerca de US$ 25 bilhões a US$ 30 bilhões das companhias de seguros. O furacão açoita uma área já muitas vezes atingida por desastres idênticos, o que leva os seus moradores a buscarem o seguro de suas propriedades, terras e até de vida. São quase todos segurados.
MAIS 2 MILHÕES DE BARRIS
Pode-se dizer que as repercussões do furacão sobre o petróleo e a economia são suportáveis. No fundo, tudo se reduz a três perguntas e respostas. 1 - O furacão provocou escassez de petróleo? R - Não, mas da gasolina sim, nos EUA, onde os consumidores desconfiados correram ao posto para encher o tanque do automóvel até a boca. Houve um aumento imediato dos preços da gasolina e a falta em muitos postos. Isto é, os que queriam fugir do aumento do preço e da escassez geraram sua própria punição. O preço aumentou e faltou gasolina. Mas foi um fenômeno estritamente localizado. 2 - Houve um forte aumento dos preços do petróleo? R - Não. Os preços aumentaram enquanto o furacão fazia estragos, mas recuaram depois que Bush anunciou a liberação imediata de 5 milhões de barris de seu estoque estratégico. No dia seguinte, a pedido dos EUA, a Associação Internacional de Energia informou que estavam sendo liberados 2 milhões de barris/dia. O furacão provocou uma redução de 1,4 milhão de b/d, apenas, 7% da demanda interna, mas a AIE liberou 60 milhões dos estoques dos países membros. Em conseqüência, o preço do petróleo, em Nova York, recuou de US$ 70 para US$ 68, e em Londres o Brent para outubro foi negociado a US$ 66,06.
No fim de semana, um dos maiores oleodutos do Golfo do México, o Colonial Pipeline, já tinha sido reparado e entraria em operação já nestes dias, com 85% de sua capacidade.
E a terceira pergunta: Quais são as conseqüências para a economia mundial? R - Aqui, surgem várias opiniões. O furacão ocorre num momento em que a economia americana estava dando sinais de desaceleração, PIB de 3,3%, mas o desemprego recuou ao nível mais baixo dos últimos 4 anos, 4,9% da força de trabalho.
Esse dado oficial refere-se a um período anterior ao furacão. A curtíssimo prazo haverá paralisações da atividade econômica, mas a recuperação da área atingida, a reconstrução de casas, estradas e portos, sem contar as obras das próprias empresas de petróleo, irão gerar imediatamente empregos já na fase de socorro. Talvez a melhor observação foi feita pelo economista sênior do Wells Fargo, Eugenio Alemã: 'O Katrina pode servir maravilhosamente para os pregadores da recessão.
Eu não prevejo nenhuma recessão, mas apenas que estamos caminhando para uma redução do crescimento por causa do Katrina.' Ou seja, para ele e grande número de analistas econômicos, o furacão pode gerar empregos a médio termo, mas, assim mesmo, a economia crescerá menos no próximo trimestre. Resumindo, estamos diante de um desastre que choca pela tragédia humana, mas não de uma crise que derrube a economia.
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Arquivo do blog
-
▼
2005
(4606)
-
▼
setembro
(497)
- A votação mais cara do mundo Bruno Lima Rocha
- LUÍS NASSIF Efeitos dos títulos em reais
- Batendo no muro LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS
- Dirceu entre a inocência e a onipotência MARCELO C...
- ELIANE CANTANHÊDE Nova República de Alagoas
- CLÓVIS ROSSI O país do baixo clero
- EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO O ELEITO DE LULAL
- DORA KRAMER Agora é que são elas
- EDITORIAL DE O ESTADO DE S PAULO Despudores à parte
- João Mellão Neto Como é duro ser democrata
- Roberto Macedo Na USP, uma greve pelas elites
- EDITORIAL DE O GLOBO Cidade partida
- MERVAL PEREIRA O gospel da reeleição
- Luiz Garcia Juiz ladrão!
- MIRIAM LEITÃO Políticas do BC
- Raça, segundo são João Jorge Bornhausen
- Cora Rónai Purgatório da beleza e do caos
- Fundos e mundos elegem Aldo
- EDITORIAL DE O GLOBO Desafios
- A Derrota Política do Governo!
- MERVAL PEREIRA Vitória do baixo clero
- MIRIAM LEITÃO Sem medidas
- EDITORIAL DE O ESTADO DE S PAULO Atrasado e suspeito
- DORA KRAMER Muito mais do mesmo
- LUÍS NASSIF Indicadores de saneamento
- ELIANE CANTANHÊDE Vitória das elites
- CLÓVIS ROSSI A pouca-vergonha
- EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO NORMA ANTINEPOTISMO
- EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO DESVIOS SEMÂNTICOS
- Aldo vence, dá gás a Lula e esperança aos "mensale...
- JANIO DE FREITAS Dos valores aos valérios
- EDITORIAL DO JB A vitória da barganha
- AUGUSTO NUNES Berzoini foi refundado
- Se não se ganha com a globalização, política exter...
- Fome de esquerda Cristovam Buarque
- A valorização do real em questão
- EDITORIAL DE O ESTADO DE S PAULO A debandada dos p...
- EDITORIAL DE O ESTADO DE S PAULO Precisa-se de ger...
- Ineficiência fiscal e a 'Super-Receita' Maurício M...
- DORA KRAMER Adeus às ilusões
- EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO OS DEPUTADOS DECIDEM
- EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO MAIS DO MESMO
- CLÓVIS ROSSI Cenas explícitas de despudor
- FERNANDO RODRIGUES Uma Câmara submissa
- ELIO GASPARI Bicudo foi-se embora do PT
- LUÍS NASSIF A discussão do saneamento
- "Upgrade" PAULO RABELLO DE CASTRO
- EDITORIAL DE O GLOBO Gastamos mal
- EDITORIAL DE O GLOBO Chávez fracassa
- No governo Lula, um real retrocesso HÉLIO BICUDO
- MIRIAM LEITÃO Das boas
- MERVAL PEREIRA A base do mensalão
- A frase do dia
- EDITORIAL DE O ESTADO DE S PAULO Desculpas não bastam
- Jóia da primavera Xico Graziano
- Oportunidade perdida Rubens Barbosa
- DORA KRAMER Com aparato de azarão oficial
- LUÍS NASSIF Os caminhos do valerioduto
- JANIO DE FREITAS Esquerda, volver
- ELIANE CANTANHÊDE Todos contra um B
- CLÓVIS ROSSI A crise terminal
- EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO FRAUDES NO APITO
- Diferença crucial RODRIGO MAIA
- EDITORIAL DE O GLOBO Dois governos
- Arnaldo Jabor Manual didático de ‘canalhogia’
- MIRIAM LEITÃO Além do intolerável
- MERVAL PEREIRA Espírito severino
- AUGUSTO NUNES Os bandidos é que não passarão
- A crueldade dos humanistas de Lancellotti Por Rein...
- O Cavaleiro das Trevas
- Juristas Dizem Que Declarações DE DIRCEU São Graves
- O PT e a imprensa Carlos Alberto Di Franco
- A outra face de Lacerda Mauricio D. Perez
- Reinventar a nação LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA
- VINICIUS TORRES FREIRE Urubus políticos e partidos
- EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO CHÁVEZ E A POBREZA
- AUGUSTO NUNES Os gatunos estão em casa
- MERVAL PEREIRA O fator Mangabeira
- João Ubaldo Ribeiro Mentira, mentira, mentira!
- MIRIAM LEITÃO Eles por eles
- DORA KRAMER Um perfil em auto-retrato
- EDITORIAL DE O ESTADO DE S PAULO Contraste auspicioso
- Gaudêncio Torquato O horizonte além da crise
- São Paulo olhando para o futuro Paulo Renato Souza
- EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO MOMENTO IMPORTANTE
- EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO DÍVIDA EXTERNA EM REAL
- CLÓVIS ROSSI As duas mortes de Apolônio
- ELIANE CANTANHÊDE Malandro ou mané?
- LUÍS NASSIF A reforma perdida
- Para crescer, é preciso investir em infra-estrutur...
- FERREIRA GULLAR Alguém fala errado?
- JANIO DE FREITAS Nada de anormal
- Lula também é responsável, afirma Dirceu
- Augusto de Franco, A crise está apenas começando
- Augusto Nunes Uma noite no circo-teatro
- Baianos celebram volta de Lula a Brasília
- Lucia Hippolito Critérios para eleição de um presi...
- MERVAL PEREIRA A voz digital
- MIRIAM LEITÃO O perigo é olhar
- FERNANDO GABEIRA Notas sobre os últimos dias
-
▼
setembro
(497)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA