Entrevista:O Estado inteligente

domingo, setembro 04, 2005

A sombra de Santo André Fernando Jorge C. Pereira


e-agora

O desmentido de Gilberto Carvalho, até agora, é muito menos convincente do que a afirmação do irmão de Celso Daniel - coordenador da campanha de Lula - de que o primeiro teria lhe revelado que coletava o dinheiro do esquema de corrupção de Santo Andre e o levava a Dirceu.

A negativa de Carvalho não ultrapassa a linha do desmentido óbvio.

O acusador João Daniel, todavia, dá a data, local e as testemunhas do relato. A afirmação de Gilberto de que "fica muito fácil afirmar - e posteriormente apresentar uma testemunha familiar - qualquer coisa a respeito de uma pessoa" não é assim tão verdadeira, já que para isso é preciso uma conspiração combinada e consensual entre eles com todos os riscos de ser desmascarada.

Mais do que isso, corrobora as suspeitas a própria atitude do PT neste episódio. Depois de denunciar com estardalhaço que se tratava de crime político e exigir apuração especial, reflui defendendo o encerramento apressado das investigações a partir da tese de crime comum.

Hoje está claro - no mínimo - que a histórias envolve uma enorme trama de corrupção na máquina petista que revela que a propalada "história ética" do PT não passa de mais uma mentira de sua diversificada galeria de embustes.

O presidente Lula e seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, precisam se mexer rapidamente. Ou Carvalho se afasta de suas funções para permitir uma investigação aprofundada e sem constragimentos ou o Presidente estará trazendo para si o aval e a responsabilidade dos atos pretéritos de seu secretário, com as consequências pertinentes à eventual cumplicidade e acobertamento.


 
    

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