folha de s paulo
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para cobrar mais lotes de terra a seus integrantes, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) decidiu jogar na cara do Palácio do Planalto o fato de ter preservado a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em recentes manifestações.
Além disso, segundo a Folha apurou, líderes do movimento têm dito ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e ao Incra que "enfeitaram a igreja, conseguiram um padre, mas, na hora do casamento, tiveram a noiva roubada".
Na prática, querem dizer que invadiram terras, fizeram uma marcha a Brasília, pressionaram o Palácio do Planalto e, agora, famílias de outros movimentos estão sendo assentadas.
O Planalto, por sua vez, aceita a pressão e a repassa ao ministro Miguel Rossetto e ao presidente do Incra, Rolf Hackbart. Preocupados com a claque dos sem-terra em eventos presidenciais e o eventual apoio à reeleição de Lula no ano que vem, auxiliares do presidente cobram prioridade e atenção ao MST, por, segundo eles, ser o movimento camponês mais importante, ter a maior base social do país e dialogar amplamente com o governo federal.
A luz amarela do Planalto em relação ao MST acendeu nas últimas semanas, quando líderes do movimento decidiram radicalizar o discurso contra o governo. João Pedro Stedile, por exemplo, voltou a dizer que o governo petista acabou e que o movimento se sente "constrangido" com a atuação do presidente Lula em seus 32 meses de gestão.
Desde que a atual crise política veio à tona, três meses atrás, o MST passou a promover atos pelo país cobrando a apuração das denúncias de corrupção, mas sempre com o cuidado de defender o projeto político petista e a figura de Lula -assim como têm feito entidades como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a UNE (União Nacional dos Estudantes).
Em eventos públicos com a participação do presidente, os sem-terra -não apenas os do MST- também têm reforçado coros lulistas, invariavelmente ao lado de sindicalistas e estudantes.
Sem escape
Apesar das pressões do Planalto e do próprio movimento, Rossetto e Hackbart estão com as mãos atadas, com pouca margem de manobra (leia texto nesta página) para ampliar os benefícios ao MST.
Até agora, o governo conseguiu assentar cerca de 5.000 famílias ligadas ao movimento, ou seja, 13% das 38.500 famílias beneficiadas de janeiro até anteontem. Até o final do ano, a previsão do Incra é chegar na casa de 16 mil famílias do MST.
"A nossa prioridade são as famílias acampadas de todos os movimentos do país. Mas também é verdade que estamos procurando terras para aumentar o número de assentados do MST", disse Hackbart.
O movimento reclama abertamente, colocando-se, por exemplo, como o responsável pela suplementação de R$ 600 milhões ao orçamento do Incra no mês passado. A liberação da verba foi um dos pontos da pauta fechada em maio passado durante marcha de 15 mil sem-terra entre Goiânia e Brasília.
"Queremos apenas cobrar do governo os acordos que foram feitos conosco depois da marcha [em maio]. Enquanto não avançarem, não vamos mais sentar com ninguém. Vamos pra cima", afirmou João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.
Há outros pontos que, segundo o movimento, pesam a seu favor. Das 691 invasões registradas no país entre janeiro de 2003 e julho de 2005, 463 (67%) tiveram o MST como responsável, segundo dados da Ouvidoria Agrária Nacional. E, segundo o movimento, das 200 mil famílias acampadas no país à espera de um lote de terra, 150 mil são ligadas a ele.
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