Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, setembro 06, 2005

Lucia Hippolito A moda petista

BLOG NOBLAT
 

"É até possível que a oposição esteja mesmo determinada a tirar Severino Cavalcanti da presidência da Câmara.  Faz parte das atribuições da oposição infernizar a vida do governo.

 

Denúncias, pedidos de CPI, dossiês entregues a jornalistas amigos, discursos na tribuna, tudo isto compõe o cardápio básico do comportamento de partidos da oposição em qualquer democracia que se preze.

 

E qual é o papel reservado aos partidos governistas? Fidelidade e coesão partidária, defesa intransigente das posições do governo, combate às propostas da oposição. É assim que é.

 

Mas o governo Lula resolveu inventar moda. Desde o primeiro momento, havia gente no PT que votava contra o governo. Isso sem contar a base aliada, com ou sem mensalão.

 

Tais e tantas o PT aprontou, que perdeu uma eleição ganha, que era a eleição para a presidência da Câmara. Tudo isso porque os petistas não perderam o cacoete de brigar entre eles, da maneira mais feroz possível.

 

E também não perderam os hábitos de oposição. Todas as denúncias surgidas nos últimos tempos, que geraram esta crise pavorosa, surgiram de ações de petistas contra seus companheiros ou petistas contra políticos da base aliada.

 

Agora virou moda responsabilizar a oposição pela eleição de Severino Cavalcanti para presidente da Câmara. Então, quer dizer que é assim? O PT se destrói internamente, vota contra o governo e depois confia no patriotismo da oposição?!

 

Se os partidos de oposição têm responsabilidade na eleição de Severino, estão tratando de corrigir este erro, ao pedir sua saída da presidência da Câmara até que seja esclarecido este caso de extorsão de um concessionário de restaurantes.

 

E o PT, o que tem a dizer sobre isso? Considera que Severino Cavalcanti está sendo injustiçado? A maioria dos deputados petistas, que conhecem Severino de longa data, sabe que a história pode não ser verdadeira, mas que é muito verossímil, lá isto é.

 

Por isto mesmo, nesta hora complicadíssima, os partidos de oposição não podem sair da linha, não podem se comportar como os partidos da base aliada que, aliás, eles tanto condenam.

 

É insustentável a ausência do presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo, na lista dos parlamentares que muito provavelmente, terão suas cassações votadas em plenário.

 

Já que o senador Azeredo é presidente interino do PSDB, o mínimo que se esperava era a devolução do cargo ao presidente licenciado, o prefeito José Serra, até que tudo se esclareça.

 

Não dá para ter dois pesos e duas medidas numa hora grave como esta."

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