Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, setembro 06, 2005

JANIO DE FREITAS Sempre Severino

 FOLHA DE S PAULO
Se fosse coisa de uns R$ 50 mil ou R$ 100 mil por mês, ou talvez uma bolada em verdinhas, a história do homem do restaurante não mereceria a menor consideração. Mas R$ 10 mil mensais, que nem em verdinhas são -ah, isso é bem da dimensão do destinatário apontado.
Essa história do restaurante tem tudo a ver com o punhado de cheques sem fundos exibidos por um comerciante pernambucano na ocasião em que o emitente, o seu vizinho Severino, foi elevado a presidente da Câmara dos Deputados e terceiro na ordem de sucessão do presidente da República.
Quando servia à ditadura, por intermédio da repressão militar e do SNI em Pernambuco, Severino podia dar-se aos hábitos que preferisse. Era conhecido como linha-dura que conseguia até a extradição de religiosos, caso célebre do padre italiano Vito Miracapillo.
A mesquinhez não acompanha as mudanças de regime.

Afundação
É interessante o Movimento de Refundação do PT lançado com as assinaturas iniciais de Tarso Genro e Ricardo Berzoini. Quer refundar o PT com as mesmas pessoas que o afundaram, integrantes da chapa do Campo Majoritário para a eleição do dia 18. É o movimento para não sair do lugar. Tudo tão coerente, que Tarso Genro não convidou José Dirceu para integrar o movimento, mas anunciou que apoia e votará na chapa que José Dirceu integra e lidera politicamente.
A liminar obtida por Delúbio Soares, para não ser apreciada sua expulsão do PT, no sábado, foi mais do que uma ação judicial: foi ação entre amigos. O diretório, que não puniu nenhum outro dos petistas valerianos, ficou mais uma vez dispensado de tratar do que não quer também para Delúbio.

Múltipla escolha
Lula diz, em discurso no Rio Grande do Norte, que não é "um político de duas caras".
É verdade. Mas quem dera que fossem duas.

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