Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, setembro 08, 2005

EDITORIAL DA FOLHA DE S PAULO ECONOMIA EM ALTA

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, anunciou anteontem uma revisão de suas expectativas acerca do crescimento do PIB brasileiro neste ano. A previsão passou de 2,8% para 3,5%. A mudança foi motivada pelos dados relativos ao segundo trimestre, que apresentaram uma expansão de 1,4% sobre o trimestre anterior.
Os números divulgados pelo IBGE demonstraram que a atividade econômica, notadamente aquela vinculada às exportações, apresentou um dinamismo acima do esperado. Ainda assim, mesmo antes da divulgação do PIB do segundo trimestre, alguns analistas já viam como exageradamente baixa a projeção de crescimento de 2,8% defendida pelo Ipea.
É natural que as revisões das estimativas -também bancos e consultorias corrigem seus números para cima- estejam sendo recebidas com euforia pelo governo. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, já foi além ao dizer que espera para este ano um crescimento acima de 4%. E há informações de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conversas reservadas, estaria cogitando de uma expansão próxima dos 5%.
A aposta do governo é que o arrefecimento da crise política acompanhado de um desempenho favorável da economia possa propiciar ao presidente Lula condições de recuperar algo do prestígio perdido.
A situação econômica, com efeito, vai se mostrando confortável. A inflação, sob impacto do câmbio e dos juros, dá mostras de estar sob controle e tudo indica que o Banco Central vá iniciar neste mês as esperadas reduções da taxa Selic.
O cenário internacional, em que pesem problemas como o aumento do petróleo, permanece francamente positivo, com a China e os EUA em expansão. As cotações de produtos exportados pelo Brasil se mantêm em patamar elevado, o que tem compensado as perdas impostas às vendas externas pela valorização do real.
Não há dúvida de que a sustentação desses resultados estará ameaçada caso não ocorram correções nas taxas de juros e câmbio -mas algo nesse sentido é esperado. Portanto, a curto e médio prazos, muito dificilmente a economia será uma fonte de adversidades para o governo.

Arquivo do blog