Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, agosto 05, 2005

Após negar por dois dias, PT gaúcho admite que levou dinheiro de Valério

BLOG DO CASAGRANDE

Dois cheques e um recibo, totalizando R$ 350 mil, desmascararam a versão que o PT gaúcho vinha sustentando, de que não mantinha relações financeiras com o publicitário Marcos Valério. O diretório do Estado acabou assumindo o recebimento de dinheiro do suposto "pagador do mensalão" depois de comprovada a existência de um recibo em que o ex-funcionário do partido Paulo Antônio Bassotto reconhece que pegou R$ 200 mil em dinheiro de uma das agências de Valério.

O publicitário já havia confirmado que encaminhara R$ 1,2 milhão ao diretório gaúcho. Até agora não vieram a público todos os comprovantes. No entanto, a documentação é classificada como prova por parlamentares e está em análise nas CPIs do Mensalão e dos Correios. Além do recibo, existem dois cheques da SMP&B, no valor de R$ 75 mil cada, endereçados a duas gráficas gaúchas. Ao lado das cópias dos cheques estão anotações sobre a movimentação financeira do livro-caixa da empresa. Aparece nos registros de saída de dinheiro da agência, em ambos os casos, o nome Marcelino Pies, ex-tesoureiro do PT estadual.

Foi confirmado por técnicos das comissões que os documentos faziam parte do controle financeiro da SMP&B, o que explica o fato de os cheques não estarem assinados. Eles observaram a rubrica com as letras SV, atribuída à diretora financeira, Simone Vasconcelos. Nos corredores do Senado corria o boato de que a SMP&B poderia ter ajudado diretórios regionais

Existem suspeitas de que esses recursos enviados aos Estados foram usados para a cobertura de dívida das campanhas de 2002. Como o pagamento de gráficas, fornecedores da campanha do então candidato ao governo do estado, Tarso Genro, hoje presidente nacional do PT.

A gráfica Impresul confirmou que recebeu um cheque de R$ 75 mil da empresa de Marcos Valério para pagar um serviço contratado pelo PT nacional em 2000. Ano em que Tarso era candidato a prefeitura de Porto Alegre e usou os serviços da gráfica.

Tarso Genro afirmou que, se algum integrante do PT praticou atividades ilegais, deveria fazer uma confissão à Justiça Eleitoral e pedir correção nas contas de campanha apresentadas. E salientou: "Minhas contas como candidato em 2000 foram apresentadas, aprovadas e encerradas. Nunca ouvi falar de pagamentos posteriores e acho muito estranho alguém se dispor a pagar contas de um partido, três anos depois de contrair dívidas com ele."

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