Os maiores aviões do mundo viram jatos
particulares nas mãos dos super-ricos
Rafael Corrêa
Fotos divulgação |
O AIRBUS DO MAGNATA ÁRABE |
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O número de bilionários no mundo cresceu 19% entre 2005 e 2006, segundo levantamento da revista americana Forbes. Isso significa mais gente disposta a desembolsar uma pequena fortuna para comprar um avião particular e se livrar das atribulações dos vôos comerciais. As duas maiores fabricantes, a americana Boeing e a européia Airbus, estão promovendo suas melhores aeronaves como opção de transporte particular para os muito ricos. A Boeing contratou diversos escritórios de design de interiores para criar projetos de decoração para seu novo modelo 787 Dreamliner. Com capacidade para 330 passageiros em sua versão comercial, o Dreamliner foi remodelado para transportar uns poucos privilegiados. Com o nome de 787 VIP, tem o preço inicial de 150 milhões de dólares. A Airbus, por sua vez, colocou à venda uma versão do A380, o maior avião comercial já construído, chamada The Flying Palace (O Palácio Voador). O transatlântico dos ares, que leva até 850 passageiros, foi modificado para funcionar como uma verdadeira mansão sobre asas. O A380 oferece 900 metros quadrados de área, distribuídos pelos dois andares de sua cabine. No projeto de decoração criado pela empresa alemã Lufthansa Technik, especialista em interiores de avião, o A380 abriga sala de jantar, vários ambientes para reunião e descanso e até um pequeno cinema.
A compra de aeronaves de grande porte, normalmente usadas para transportar passageiros em linhas comerciais, não é novidade entre os bilionários. O banqueiro brasileiro Joseph Safra possui um 737, um avião relativamente pequeno avaliado em 50 milhões de dólares. O príncipe saudita Alwaleed al Saud, o 13º homem mais rico do mundo, tem um Boeing 747, o Jumbo, para transportar sua comitiva de até 420 pessoas. Ao fazer 18 anos, sua filha ganhou de presente um Airbus A340 – pintado na cor favorita da princesa. Sergey Brin e Larry Page, os fundadores do Google, possuem um Boeing 767-200 usado, comprado em 2005 por 15 milhões de dólares. Além de um montão de espaço, essas aeronaves oferecem grande autonomia de vôo, uma vantagem numa economia globalizada em que os empresários e executivos precisam fazer viagens longas com freqüência. Tanto o 787 VIP quanto o A380 Flying Palace conseguem voar sem escalas mais de 15.000 quilômetros, o suficiente para ir de Nova York a Hong Kong. A comodidade tem seu preço. Um avião 747-400, da Boeing, tem um custo operacional de 10 500 dólares por hora de vôo, enquanto um jatinho executivo, como o Gulfstream G550, voa por 2.300 dólares a hora, segundo dados da consultoria americana BACK Aviation Solutions.
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BOEING MODELO MAGNATA RUSSO |
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O que chama atenção nas novas mansões voadoras são os ambientes suntuosos. A Boeing idealizou um avião tendo em vista um cliente fictício, um magnata russo na casa dos 35 anos. O estúdio DesignworksUSA, pertencente ao grupo BMW, projetou a aeronave para funcionar como se fosse uma segunda casa do dono. Uma garagem no compartimento de carga permite que o bilionário leve o próprio carro. Em sua linha para super-ricos, a Boeing tem aviões em que só a decoração chega a custar 50 milhões de dólares. Os xeques do petróleo estão entre os principais clientes da BBJ, empresa criada pela Boeing, em parceria com a General Electric, para atender à demanda de bilionários e grandes corporações por aeronaves de grande porte. O 787 VIP é o mais novo produto do catálogo da BBJ, que também vende o modelo 737 em três versões. Até o momento, a companhia americana tem cinco encomendas de 787 VIP.
Por enquanto, a Airbus confirmou o pedido de apenas um A380 Flying Palace, ao preço de 300 milhões de dólares. O cliente é um bilionário árabe que prefere se manter anônimo. O projeto da decoração foi entregue ao estúdio do designer Edéset Doret, especializado em interiores de avião. Seu projeto para o A380 inclui duas salas de jantar, uma suíte de 55 metros quadrados e uma banheira de hidromassagem dotada de um sistema especial de drenagem para situações de emergência no ar. O projeto prevê também um sistema antimísseis que ainda não foi aprovado para uso civil pela FAA, agência reguladora da aviação nos Estados Unidos. No total, o dono do A380 vai desembolsar 100 milhões de dólares – fora o preço do aparelho – para ter seu palácio no ar.
