Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

MÁRIO MAGALHÃES Saçaricos

RIO DE JANEIRO - Vem aí "Dreamgirls", adaptação para o cinema de montagem da Broadway. Conta a história de um conjunto vocal feminino mais ou menos inspirado nas Supremes, o grupo que revelou Diana Ross. Concorre a oito Oscars e logo, logo entra em cartaz por aqui.
O CD com a trilha antecipa um duelo entre Beyoncé Knowles e Jennifer Hudson. Elas disputam, em solos, a condição de melhor gogó. Outra ambição só se oferece à encantadora Beyoncé: eternizar-se como musa graças a um musical.
Poucas conseguiram. Há quem até hoje salive, com bons motivos, pelas pernocas de Cyd Charisse. Natalie Wood será para sempre a Maria de "West Side Story". Catherine Deneuve arrebatou corações em uma fita de diálogos cantarolados, mas na qual era dublada, "Os Guarda-Chuvas do Amor".
Pouco se sabe de Katharine Ross além da exuberância em "A Primeira Noite de Um Homem" (com hit de Simon & Garfunkel) e "Butch Cassidy", que nem eram musicais. No bang-bang, seu passeio de bicicleta ao som de B. J. Thomas é das seqüências mais belas já filmadas.
Enquanto as dreamgirls não chegam, me deleito no teatro com o campeão de elogios da temporada carioca, "Sassaricando - E o Rio Inventou a Marchinha". É tudo o que dizem. Com 89 marchinhas, um septeto instrumental e um sexteto de vozes de respeito, passeia por um século de talento. Não tem texto, as músicas dialogam entre si.
De quebra, presenteia os espíritos com "Bandeira Branca" cantada por Soraya Ravenle. É como se um feiticeiro benfazejo misturasse Dalva, Dolores e pitadas saborosas e autorais da nova intérprete. Beyoncé pode até frustrar, e daí? Com "Sassaricando" e miss Ravenle, o verão musical já valeu.

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