Entrevista:O Estado inteligente

sábado, fevereiro 03, 2007

CLÓVIS ROSSI O beijo

SÃO PAULO - A câmera do "Jornal Nacional" passeia pelo plenário da Câmara dos Deputados mostrando a comemoração pela vitória de Arlindo Chinaglia.
Abraça um, cumprimenta outro, até que se achega Paulo Salim Maluf. Mais que cumprimento, parece que tasca um beijo no rosto do recém-eleito presidente da Câmara. Se eu fosse malicioso, diria que a Rede Globo resolveu inserir um fotograma de "Il Padrino" em pleno telejornal. Até faria sentido: 1 em cada 7 deputados que tomaram posse anteontem tem processos pendentes na Justiça.
Não deve ser um coeficiente muito diferente dos "capi" mafiosos. Mas, como tenho inoxidável fé nos homens públicos brasileiros, prefiro acreditar na frase de Maluf, que li em um portal da Internet: "Sou o homem mais puro do país".
O presidente Lula talvez fique bravo, pela cópia de seu estilo e pela concorrência no torneio da ética, mas, como são agora parceiros de governo, que se entendam.
Minha única dúvida é saber o que purificou Maluf, se a adesão dele ao antigo inimigo, o PT, ou se a adesão do PT ao malufismo, entendido como um modo de fazer política.
Se eu continuasse sendo malicioso, diria que a purificação pode ter algo a ver com o ecumenismo de contas no exterior, as tais contas que Maluf morrerá jurando que nunca teve. Afinal, teria lógica de novo: Duda Mendonça, o marqueteiro que fez Maluf, fez também "Lulinha paz e amor" e não nega que foi pago em contas no exterior (não seria justo que Duda Mendonça entrasse no concurso de "homem mais puro"?).
Mas, como não sou malicioso, prefiro denunciar a malícia do "Jornal da CBN" na manhã de ontem.
Logo após o noticiário sobre a posse dos Malufs, Collors e Chinaglias, entrou musiquinha (acho que dos "Demônios da Garoa") cujo refrão dizia: "Nós enganemo vocêis".

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