FOLHA DE S PAULO
A nalistas festejam a possibilidade, ainda não confirmada, de o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) chegar aos 4%, e o presidente da República comemora o feito em rede de rádio e televisão. Ao mesmo tempo, dados do Sindigás indicam que o consumo de gás de botijão em 2004 foi de 6,4 milhões de toneladas, mesmo nível de 1997. A razão identificada foi a queda de renda da população mais pobre. Está se voltando ao fogão à lenha por falta de dinheiro.
Vão-se perto os tempos em que se julgava que bastava desregulamentar para crescer e bastava crescer para incluir. Já se vão longe os tempos em que se achava que bastava proteger a produção local para crescer e, automaticamente, para incluir.
Hoje, em Helsinque, o lançamento do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento tentará retomar o fio do pensamento desenvolvimentista -que se perdeu em algum lugar do passado. Na largada, tem o apoio do governo brasileiro, da Finlândia e da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe, berço das idéias iniciais de Furtado). A idéia de criação do centro surgiu na 11ª Unctad, em São Paulo, no ano passado, dirigida pelo embaixador Rubens Ricupero.
De início, tem um cunho oficial, com apoio de órgãos do governo. Mas a idéia é que seja suprapartidária e supranacional.
A idéia foi ganhando consistência, adesões, pilotada por pessoas de dentro e de fora do governo, especialmente o economista Luiz Gonzaga Belluzzo. Aderiram velhos batalhadores da causa do desenvolvimento, como a brasileira Maria da Conceição Tavares, o brasileiro Hélio Jaguaribe e o argentino Aldo Ferrer, tucanos como Luiz Carlos Bresser-Pereira, independentes como Paulo Nogueira Batista Jr. e João Sayad, pensadores políticos como Ricupero. Nas próximas rodadas, serão convidados pensadores ingleses e franceses que conviveram com Furtado.
O grande enigma a ser resolvido é muito mais complexo do que o que se apresentou ao alemão Friedrick List na primeira metade do século 19, ao argentino Raúl Prebisch e a Furtado nos anos 1950. Furtado já pressentira que apenas crescimento não traria desenvolvimento e inclusão social, já alertara para a necessidade de sistemas financeiros endógenos e autônomos, para o uso da inovação.
Agora, há um modelo de desregulamentação que provocou o avanço simultâneo do desenvolvimento e da miséria, mesmo em países centrais, como os EUA, cujo modelo histórico de desenvolvimento sempre havia sido basicamente includente.
Embora ainda existam investimentos físicos, grande parte se refere a produtos de inteligência e informação e unidades que podem mudar de país a qualquer momento. Fora isso, há uma liberdade cambial e de fluxos financeiros sem paralelo na história, mas, ao mesmo tempo, ferramentas financeiras, capacidade de captar poupança internacional.
É nesse quadro que se pretende um grupo de pensadores independentes, sem vinculação política, sem nenhum outro tipo de compromisso do que o de começar a pensar as bases de uma nova teoria do desenvolvimento.
Entrevista:O Estado inteligente
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