Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, setembro 19, 2005

FERNANDO RODRIGUES O PT encolhe

folha de s paulo
BRASÍLIA - Esta semana marca um momento histórico negativo para o PT. Depois de atingir o seu ápice na eleição de 2002, o partido perderá para o PMDB o título de maior bancada da Câmara dos Deputados.
Criado no início dos anos 80, o PT só conheceu até hoje o caminho do crescimento. Em sucessivas eleições, sempre elegeu mais e mais deputados e senadores. Com a ascensão de Lula, veio a maior bancada na Câmara e a conquista inédita da presidência daquela Casa. Agora, a curva se inverte pela primeira vez.
O grupo de 91 deputados petistas eleitos em 2002 deve encolher para algo em torno de 85. O tamanho do talho depende diretamente da extensão da carnificina pós-eleições internas de ontem no partido.
Já o PMDB, que conquistou 74 cadeiras na Câmara em 2002, deve saltar para até 94 posições. No caso dos peemedebistas, o que conta é o nível de fisiologia e de darwinismo político praticado dentro do Congresso.
É cedo para saber a real proporção do encolhimento do PT no Congresso e pelo país afora. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o senador Delcídio Amaral está sendo praticamente convidado a sair da sigla.
O que é certo é a redução do tamanho do PT. A sigla de Lula entrará em 2006 com menos deputados e senadores do que elegeu em 2002. Também será menor o número de líderes locais interessados em se lançar candidatos pelo partido. Essa gente sempre ajudou a fazer a massa de votos do petismo. No ano que vem, muitos se abrigarão em outras siglas menores de esquerda.
Tudo somado, é desalentador o cenário político eleitoral para o país. O partido inovador (sic) é o PT em decadência. As duas únicas novidades são os recém-criados PMR (sigla da Igreja Universal) e PSOL (de ultra-esquerda). E o grande beneficiado é o PMDB, com suas porteiras abertas, nenhum projeto e grande sede de poder. Está maduro o cenário para aventureiros prosperarem.

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