FOLHA DE SÃO PAULO - 22/05/10
SÃO PAULO - Dilma Rousseff está numericamente empatada com José Serra. Ambos agora têm 37% das intenções de voto na corrida presidencial. É a primeira vez que o Datafolha registra esse resultado. A pesquisa foi realizada anteontem e ontem em todo o país. É a primeira sondagem do instituto depois da desistência de Ciro Gomes, rifado pelo PSB por orientação de Lula.
Na pesquisa anterior, Serra tinha 42% no cenário sem Ciro. Dilma aparecia com 30%. Nos 35 dias que separam as duas sondagens, Serra perdeu 5 pontos e Dilma ganhou 7. Marina (PV) permanece com 12%.
Há mais notícias boas para a petista. No levantamento espontâneo (quando o pesquisador não apresenta nenhum nome ao entrevistado), Dilma foi de 13% para 19%. Passou Serra, que tem 14%.
Pela primeira vez, o índice de rejeição ao tucano é maior que o da petista (27 contra 20). E, de novo pela primeira vez, Dilma aparece numericamente à frente de Serra num hipotético segundo turno (46 a 45), embora haja aqui empate técnico. Há um mês, o placar marcava 50 a 40. A favor de Serra.
O que deduzir disso tudo? Talvez o mais óbvio: Dilma se beneficiou muito da exposição ao lado de Lula no programa de TV do PT, exibido em horário nobre no último dia 13.
Foi a primeira vez que o presidente mostrou em rede nacional qual pode ser o seu papel na disputa. Lula apresentou Dilma aos espectadores, elencando suas supostas qualidades, fazendo dela uma protagonista dos êxitos do seu governo. Ocorre que ele tem 76% de aprovação popular (bom/ótimo).
Simbolicamente, Lula pegou Dilma no colo e a embalou diante das câmeras. Será suficiente para levá-la até a Presidência? Não se sabe. Está funcionando? Até agora sim.
Serra terá em breve uma grande visibilidade na TV. Na semana que vem, o DEM deve insuflá-lo em seu programa; na outra, o próprio PSDB terá a sua vez. Em tese, o tucano deve tirar dividendos da exposição. Mas terá que render homenagens a Lula sem tê-lo a seu lado.