Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, maio 15, 2007

GAZETA MERCANTIL entrevista Sérgio Amaral


Cristina Borges Guimarães

São Paulo, 5 de maio de 2007 - As exportações brasileiras para os Estados Unidos no ano passado somaram US$ 24,43 bilhões, ou 18% do total das exportações brasileiras. O fluxo comercial bilateral foi de US$ 39,12 bilhões, com superávit do Brasil de mais de US$ 9 bilhões. O ex-embaixador do Brasil em Londres e Paris e ministro da Indústria, Comércio e Desenvolvimento no governo Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Amaral, defendeu em entrevista a este jornal um empenho maior do País em negociar acordos bilaterais de maior relevância, entre eles com os Estados Unidos.

O embaixador está à frente do desenvolvimento do primeiro Centro de Estudos Americanos do Brasil, com sede na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), e destacou a importância de diversificar exportações e identificar novos mercados sem reduzir a participação dos Estados Unidos, principalmente em favor de mercados asiáticos. "Estamos perdendo nessa troca, se é que pode se dizer assim, agregação de valor. Por outro lado, a expansão do comércio com a China é positiva", diz Amaral. Ele alertou ainda para o impacto da China como concorrente em terceiros mercados e para o momento de crise de identidade pelo qual passa o Mercosul. Quanto à reaproximação entre Brasil e Estados Unidos, Amaral é otimista, mas não descarta a possibilidade de se tratar apenas de um momento de "febre alcoólica".

Gazeta Mercantil – A contribuição do setor externo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi determinante nos últimos anos, mas está perdendo peso. Qual a sua perspectiva para este ano e o próximo?

Sérgio Amaral - Excluindo-se a hipótese de uma crise internacional que não se vislumbra, eu acho que a contribuição continuará sendo importante. As exportações estão crescendo, mantendo os ganhos dos anos passados. Há também um significativo aumento das importações, o que é bom. O que é ruim, é que possivelmente vamos cruzar mais uma vez as duas curvas. A tendência hoje é de que o Brasil tenha déficit no médio prazo. A esse nível de câmbio continuaremos muito competitivos no setor de produtos primários, mas vamos progressivamente perdendo competitividade na área dos manufaturados. Ou seja, estamos perdendo a corrida da agregação de valor, o que é extremamente prejudicial ao País. É uma pena também, se não conseguirmos avançar em acordos bilaterais. E é tempo de avançarmos mais um passo na promoção comercial porque ela é feita, sobretudo, voltada para bens por meio de feiras, exposições e missões, precisando evoluir para uma promoção comercial de serviços e, sobretudo, de agregação de valor dos produtos. Isso significa apostar em canais de distribuição mais sofisticados e na Marca Brasil. Até agora, os esforços têm sido esporádicos.

GZM - O etanol será um importante fator de reaproximação entre Brasil e Estados Unidos?

Sérgio Amaral - Em relação aos Estados Unidos e à bioenergia, a princípio, a impressão que se tinha era de que a inclusão do etanol na agenda bilateral era mais do que um item que tivesse efetiva potencialidade econômica, um instrumento para melhorar e tornar mais fluida e concreta a relação entre os dois países. Mas os momentos mais recentes estão mostrando que existe efetivamente um potencial para a bioenergia. Isso ocorre por duas razões. A primeira é que estamos vivendo a iminência de uma nova onda verde no mundo. A segunda é a trajetória de alta dos preços internacionais do petróleo. Seja por uma razão econômica, que é o preço do petróleo; ambiental; ou política – que do ponto de vista dos Estados Unidos talvez seja a razão mais relevante diante da percepção de que os altos preços pagos no barril de petróleo financiam regimes autoritários contra os Estados Unidos no mundo –, os Estados Unidos passam por uma revisão nas suas prioridades e nas prioridades de sua matriz energética.

GZM - O Brasil está preparado para participar ativamente desta onda verde?

Sérgio Amaral - Devemos estar preparados não só do ponto de vista da bioenergia, mas do ponto de vista de uma política industrial que venha a incentivar os setores e os equipamentos que conservam energia e são mais eficientes no seu uso. Nós temos capacidade de fazer isso muito bem. Não só produzir álcool.

GZM - O etanol contribuirá para a elevação do fluxo de investimentos estrangeiros diretos entre Brasil e Estados Unidos?

Sérgio Amaral - Isso se tornará inevitável não só para o fluxo de investimentos como para o de comércio. Substituir uma energia fóssil, que não paga tarifa, por uma energia renovável, que paga tarifa elevada, não faz nenhum sentido em uma opção pela energia renovável. Por isso, a tendência é de aumento do comércio e de investimentos. O que acontece é que estamos vivendo um momento de euforia, de febre alcoólica, que pode estar gerando um movimento especulativo que pode ou não se concretizar. Isto, enquanto não houver uma indicação de que haverá uma resposta dos mercados aos investimentos que estão sendo feitos aqui. Quanto a Europa consumirá de álcool e quanto ela vai abrir o seu mercado? Isso está sendo estudado agora. Ainda não se sabe se haverá mercado para isso. Mas realmente está criada uma oportunidade de cooperação importante entre Brasil e Estados Unidos.

GZM - Na sua opinião, as negociações brasileiras em torno do etanol estão mais adiantadas com os Estados Unidos ou com o Japão?

Sérgio Amaral - Com o Japão a coisa é mais interessante. São financiamentos de investimentos em álcool contra a garantia de fornecimento. O modelo protege o que o Japão tem de mais relevante no comércio com o mundo, que é a escassez de matéria-prima, enquanto o Brasil tem a previsibilidade de mercado.

GZM - Esse é um modelo de cooperação que poderia ser replicado com outros países?

Sérgio Amaral - Acho que esse seria um modelo interessante sim. Nas negociações com os Estados Unidos não deve haver uma preocupação específica com o subsídio do milho, porque no médio prazo ele é insustentável.

GZM - Há risco de os Estados Unidos deixarem de ser um típico comprador de manufaturados brasileiros? Eles já perderam a primeira posição para os países da Aladi e compram cada vez mais commodities, como petróleo e álcool. Será que a qualidade das exportações está caindo?

Sérgio Amaral - Veja o que aconteceu nos Estados Unidos com o comércio de têxteis após o fim do acordo multifibras – que estabelecia cotas por países. Em um ano, as exportações das confecções chinesas para os Estados Unidos aumentaram 40%. O país que é muito atento aos lobbys dos setores produtivos não reclamou, uma vez que a China não estava tomando espaço dos produtores americanos. Essa tomada de participação de mercado de outros países dentro dos sistemas de cotas pela China está acontecendo em diferentes setores. Basta dizer, que um dos problemas que o México enfrenta hoje é a dificuldade para exportar para os Estados Unidos apesar do benefício do livre comércio.

GZM - Temos uma participação relativa estável no mercado dos Estados Unidos, sem ganhar market-share nos últimos anos. Neste ano, em relação a 2006, a participação norte-americana na nossa pauta exportadora é declinante, apesar dos aumentos nominais das vendas brasileiras aos Estados Unidos. Como o senhor vê este quadro?

Sérgio Amaral - De um lado não é ruim diversificar exportações e identificar novos mercados. É ruim a situação de países que dependem substancialmente das exportações para os Estados Unidos, pois uma crise nos Estados Unidos leva a uma crise interna. Mas, por outro lado, se é positivo diversificar, é negativa a forma como é operada essa diversificação. Estamos reduzindo a participação dos Estados Unidos nas nossas exportações – participação que é significativamente de produtos de maior valor agregado – em favor de mercados asiáticos, sobretudo China, que importam preponderantemente matérias-primas como soja e minério de ferro. Estamos perdendo nessa troca, se é que pode se dizer assim. Por outro lado, a expansão de comércio com a China é positiva, porque já se trata de uma grande economia e será em breve uma economia ainda mais importante. Mas além do fato de que nossas exportações para a China são preponderantemente de produtos de baixo valor agregado, temos outro problema: o impacto da China como concorrente em terceiros mercados.

GZM - Como o senhor avalia esse impacto da concorrência chinesa em mercados tradicionais do Brasil?

Sérgio Amaral - Em pouco tempo as exportações chinesas para a Argentina serão superiores às brasileiras. Estamos perdendo espaço para a China, mesmo em nossa região, e não só nos Estados Unidos. Isso é preocupante porque a China está tomando mercado em países e em produtos (têxteis, calçados, móveis) onde sempre tivemos uma presença importante. Além do mais, a emergência da China é responsável hoje pelas maiores transformações nas relações internacionais.

GZM - O senhor acredita que já neste ano haverá déficit comercial do Brasil com a China?

Sérgio Amaral - Provavelmente sim, mas saldo comercial não importa. Em matéria de comércio não pode haver essa contabilidade mercantilista de ganha e perde quando você importa ou exporta. Não é esse o ponto. O ponto é a qualidade das exportações, que o Brasil certamente está perdendo com a redução da participação dos Estados Unidos no total das vendas brasileiras.

GZM - Como o senhor vê a atual situação do Mercosul?

Sérgio Amaral - É a questão mais complicada das nossas relações comerciais. Não se trata da questão do volume de exportações, que vai bem. Vejo uma crise de identidade. Se você perguntar aos membros do bloco quais são seus objetivos, você escutará quatro ou cinco respostas inteiramente diferentes. A entrada da Venezuela, nas condições em que entrou ou no contexto político atual, é muito mais desagregadora do que a favor de uma convergência.

GZM - Medidas como a elevação da TEC para 35% para calçados e têxteis são suficientes para barrar uma invasão de produtos chineses?

Sérgio Amaral - A competição com a China é muito difícil porque as condições sistêmicas são incomparavelmente melhores. A taxa de juros no Brasil hoje está em 12,5%, e na China, é 3%, o Real é praticamente zero. A carga tributária no Brasil é próxima de 40%, na China é menos de 20%. A taxa de poupança da economia chinesa é muito superior à brasileira. A competitividade chinesa já não se reduz a setores de mão-de-obra barata. Engloba toda a cadeia produtiva. Lá você tem ainda uma política comercial antiga, com câmbio administrado, enquanto nós temos um câmbio apreciado. Além disso temos uma grande hesitação, para não dizer receio, de adotar medidas de política comercial que caberia adotar. Não há nenhuma razão para misturar preocupações políticas com medidas de defesa comercial. No caso brasileiro, estamos no pior dos mundos: hesitamos em tomar medidas de defesa comercial contra a China e somos benevolentes com a medidas tomadas pela Argentina, muitas vezes sem justificativas em relação a nós.

GZM - O fato de o Brasil ter reconhecido a China como economia de mercado facilita ou dificulta a adoção de medidas cabíveis de defesa comercial?

Sérgio Amaral - Essa é uma grande questão. Certamente reconhecer a China como economia de mercado dificulta a adoção de algumas medidas de defesa comercial, sobretudo antidumping. Mas, por exemplo, se você quiser usar medidas compensatórias – como os Estados Unidos anunciaram que vão adotar contra subsídios chineses –, tal decisão depende do reconhecimento da China como economia de mercado.

GZM - O senhor considera que o Brasil usa pouco ou mal os mecanismos de defesa comercial disponíveis na Organização Mundial de Comércio (OMC)?

Sérgio Amaral - Eu acho que o Brasil usa muito bem no que diz respeito a OMC, tanto que obteve várias vitórias importantes. Mas usa mal a sua defesa comercial em relação à China porque é hesitante ou porque é benevolente em relação à Argentina.

GZM - Qual a sua expectativa sobre o andamento das negociações comerciais multilaterais no âmbito da OMC?

Sérgio Amaral - Temos a tendência de quando falamos de comércio, olharmos para a OMC, que tem um certo efeito de pirotecnia. A concorrência cada vez mais relevante da China em terceiros mercados e a valorização do Real de 40% afetam muito mais o comércio brasileiro do que o impacto da conclusão da Rodada de Doha, qualquer que ele seja. Não acredito em nenhuma conclusão de Doha antes das eleições de 2008 nos Estados Unidos.

GZM - O setor produtivo está preparado para enfrentar a concorrência chinesa, associada ao patamar atual de câmbio?

Sérgio Amaral - Não. Na verdade, sob o ponto de vista dos interesses comerciais brasileiros, seria melhor ter um acordo com os Estados Unidos e vários outros acordos bilaterais, do que uma Rodada de Doha, que reduzirá tarifas de forma global e terá como principal beneficiário a China. Se já temos dificuldades com a China hoje, imagine no dia em que as tarifas caírem. Muitas empresas estão saindo do Brasil para poder manter a sua competitividade. Produzir no Brasil custa quase o mesmo que na Guatemala, mas os produtos brasileiros pagam 17% de imposto nos Estados Unidos, enquanto que a partir da América Central não pagam taxa nenhuma. Estamos com dificuldades em manter nossas posições no mercado americano porque não temos acordo de livre comércio.

GZM - É provável um acordo de livre comércio com os Estados Unidos?

Sérgio Amaral - Eu não nego que seja difícil ter um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, porque existem vários pontos que não são aceitáveis. Mas eu acho que haveria claramente um interesse de que se tentasse esse acordo devido à sua importância para vários setores produtivos brasileiros.

GZM - É possível trabalhar paralelamente negociações bilaterais e multilateral?

Sérgio Amaral - Houve avanço na negociação multilateral – redução dos subsídios internos nos Estados Unidos, redução das tarifas de importação na Europa e redução das tarifas de importação de produtos industriais no G-20. As diferenças naquilo que se cogita ser um possível acordo não são mais tão grandes. Mas o que falta é muito delicado e sequer começou a ter uma discussão mais ampla: a lista dos produtos sensíveis. Infelizmente, o momento político não parece propício para resolver este núcleo pequeno, é verdade, porém, de questões muito sensíveis. Eu acredito que hoje o acordo multilateral, que é sem dúvida o preferível, pode caminhar junto com os bilaterais. O México fez 30 acordos bilaterais com países importantes. O Brasil está negociando cerca de 15 acordos bilaterais, mas com países muito pouco expressivos, como Israel. Por que não concluímos um acordo comercial com o México como estava previsto no acordo de preferências que foi negociado em 2002 e trouxe um enorme aumento das exportações brasileiras para o México, sobretudo para a indústria automotiva. Fazer acordos bilaterais não quer dizer quaisquer acordos, mas aqueles que produzem impacto. Nosso acordo com a Comunidade Andina e com o Peru nos dá uma abertura para os produtos brasileiros que é muito inferior que a abertura que os Estados Unidos conseguiram. Isso significa que os Estados Unidos vão entrar com preferências comerciais no mercado de nossos vizinhos.

GZM - Como é a qualidade dos acordos em negociação pelo Brasil? Falta foco? Ou o problema é que o foco está em Doha?

Sérgio Amaral - Eu acho que o foco está excessivamente em Doha e muitas vezes as negociações comerciais têm privilegiado mais a expansão do relacionamento político do que propriamente a abertura de mercados.

GZM - Os sinais de desaceleração econômica nos Estados Unidos são ameaçadores para o Brasil?

Sérgio Amaral - Havia muito receio de que a desaceleração da economia americana se processasse de forma desordenada e poderia ter muito impacto. Por exemplo, uma desvalorização repentina e acentuada do dólar poderia nos trazer grandes problemas. Um deles seria que os Estados Unidos deixariam de ser grandes importadores e uma boa parte dos produtos que a China exporta para lá viria para o Brasil. Isso de certo modo já está ocorrendo. Mas não está ocorrendo de forma desordenada. O euro que estava a um tempo atrás a US$ 1,20 agora está em US$ 1,36, o que mostra que realmente está havendo uma desaceleração da economia americana dentro de uma aterrissagem suave. Não é só em relação ao câmbio que isso pode ser notado, mas também em relação a economia mundial, que este ano ainda vai crescer. Não há nenhum indício de que tenhamos um impacto brusco que possa gerar crises.

GZM - Não há dúvidas nem em relação á taxa de juros?

Sérgio Amaral - É muito difícil dizer para onde vai caminhar a taxa de juros americana nesse momento. Mas o importante é que os problemas que a economia americana tem, sobretudo o déficit em conta corrente e as dívidas imobiliárias, até agora não demostraram ser suficientes para provocar um impacto maior. O risco seria uma alta da taxa de juros que fizesse com que o interesse dos investidores pelos papéis brasileiros caíssem. Mas isso provavelmente não vai ocorrer.

GZM - Como tem sido a influência externa, em geral, no desempenho da economia brasileira?

Sérgio Amaral - Veja quanto espaço a imprensa brasileira dedicou à Bolívia. Por quê? Porque a Bolívia nos afeta diretamente pela situação da Petrobras lá e pelo risco de suspensão do fornecimento de gás que poderá paralisar algumas indústrias. Sem falar no preço do petróleo. Uma crise no Oriente Médio nos afeta. Existem vários investimentos brasileiros na Argentina e nos Estados Unidos. Existe, portanto, uma comunidade de pessoas interessadas em saber o que vai acontecer nos Estados Unidos. E hoje o comportamento da nossa economia e das nossas bolsas depende muito do que vai acontecer com a economia americana este ano. A questão internacional se faz presente no nosso cotidiano – dos cidadão, das empresas, dos intelectuais. O Brasil negocia hoje 15 acordos de comércio, mas existem na Ásia 200. Portanto, para quem exporta, é muito importante saber o que está acontecendo na China, nos Estados Unidos e na Europa. Precisamos começar a gerar conhecimento sobre alguns dos nossos parceiros.

GZM - Como o senhor vê o processo de internacionalização do Brasil?

Sérgio Amaral - A partir do início dos anos 90, entramos num processo acelerado de internacionalização. As empresas brasileiras estão indo para o exterior. O comércio exterior passou de US$ 110 bilhões para US$ 230 bilhões no ano passado. As comunicações se expandiram de forma impressionante com as televisões a cabo de noticiário. As informações circulam pela internet.

GZM - Tudo isso cria uma demanda por mais conhecimento?

Sérgio Amaral - Sim. Existe uma demanda por informação e mais do que de informação de entendimento do que vai acontecer em vários cantos e diferentes países. Essa é a lógica que levou a Faap a criar o Centro de Estudos Americanos que será inaugurado na segunda-feira. Esse esforço não é puramente acadêmico, pois queremos trabalhar com outras instituições políticas e sobretudo econômica-empresariais. O centro já nasce com uma relação muito estreita com a Câmara de Comércio Americana e com o Centro Empresarial Brasil Estados Unidos.

GZM - O Centro de Estudos Americanos da Faap será o primeiro centro de estudos sobre um determinado país no Brasil?

Sérgio Amaral - Vou te contar uma história. Em um almoço com um pesquisador de Relações Internacionais chinês, conversávamos sobre o Conselho de Relações Internacionais da China, perguntei sobre a existência de núcleos de estudos de países e, mais especificamente, sobre os Estados Unidos. Ele contou que existe sim e que lá trabalham 120 pesquisadores. No Brasil não temos nenhum centro sobre nenhum país. Temos cerca de 60 cursos de Relações Internacionais no País. Mas não temos centros de pesquisas sobre países que gerem conhecimento e informação. Isso é cada vez mais importante para o País porque estamos nos internacionalizando.

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