Eduardo Graeff (04/01/06 13:37)
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http://www.e-agora.org.brO governo Lula pelo jeito vai até o fim da linha agarrado na muleta da "herança maldita". A desculpa para a gastalhada que vem aí, segundo a ministra Dilma Roussef, é que FHC deixou as estradas esburacadas e um "apagão de planejamento". Uma de duas: ou levaram três anos para notar que as estradas estavam esburacadas, ou levaram três anos planejando como tapar os buracos.
Fala sério. A verdade é que zeraram ou quase o investimento em infra-estrutura neste três anos por uma mistura de burrice fiscal, teimosia ideológica e incompetência gerencial. Deixaram correr frouxa a despesa de pessoal e custeio da máquina e meteram a tesoura sem dó nem critério no investimento. Perderam tempo espalhando incerteza sobre os marcos regulatórios da infra-estrutura e afugentando os investimentos privados. Simplesmente não souberam gastar o pouco que sobrou no orçamento federal para investimento. E agora saem com esse pacote de obras eleitoreiras – mais para criar um clima do que para apresentar resultados, porque não vai dar tempo. Chamam os governadores para rachar a despesa, ou para arrumar uma desculpa prévia para o fiasco. E aprendem tardiamente a balbuciar a palavra "privatização", que era palavrão na cartilha deles, isso depois de embromar o país com a panacéia das parcerias público-privadas.
Vamos ver se aparecem investidores privados sérios para animar essa festa. Meu palpite é que o mico vai sobrar mesmo é para o BNDES e os fundos de pensão – para o Tesouro nacional, em última análise. Aí sim vamos ver o que é herança maldita.
O Estado de S. Paulo (4/01/06) clipping
Fala sério. A verdade é que zeraram ou quase o investimento em infra-estrutura neste três anos por uma mistura de burrice fiscal, teimosia ideológica e incompetência gerencial. Deixaram correr frouxa a despesa de pessoal e custeio da máquina e meteram a tesoura sem dó nem critério no investimento. Perderam tempo espalhando incerteza sobre os marcos regulatórios da infra-estrutura e afugentando os investimentos privados. Simplesmente não souberam gastar o pouco que sobrou no orçamento federal para investimento. E agora saem com esse pacote de obras eleitoreiras – mais para criar um clima do que para apresentar resultados, porque não vai dar tempo. Chamam os governadores para rachar a despesa, ou para arrumar uma desculpa prévia para o fiasco. E aprendem tardiamente a balbuciar a palavra "privatização", que era palavrão na cartilha deles, isso depois de embromar o país com a panacéia das parcerias público-privadas.
Vamos ver se aparecem investidores privados sérios para animar essa festa. Meu palpite é que o mico vai sobrar mesmo é para o BNDES e os fundos de pensão – para o Tesouro nacional, em última análise. Aí sim vamos ver o que é herança maldita.
O Estado de S. Paulo (4/01/06) clipping