PFL pede unidade e ação ao PSDB
Bornhausen procura FH e propõe que os dois partidos acertem o passo
No exato momento em que o PSDB anunciava, na quinta-feira, seu apoio ao candidato do PT à presidência da Câmara, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, conversava com Fernando Henrique Cardoso sobre a necessidade de os dois partidos montarem um plano de ação conjunta para os próximos quatro anos, a fim de acabar com o descompasso nas palavras e nos gestos dos dois principais partidos de oposição.
A dubiedade e hesitação do PSDB preocupam o presidente do PFL, que identifica no ex-presidente da República uma referência interna capaz de agir como 'maestro' na busca da coesão interna, principalmente no que tange à posição dos governadores, na visão do pefelista excessivamente amenos com o governo federal por causa de seus interesses administrativos.
Sobre a questão da Câmara, Bornhausen não tratou com FH nem pretende impor qualquer reparo à posição tucana. 'Posso até considerar o passo um tanto equivocado, já que, como oposição, o PFL acha que o apoio a Aldo Rebelo é o mais correto para dividir a base governista, mas não condeno, porque um assunto interno da Câmara não pode ser motivo de desgaste de um relacionamento político mais amplo.'
A proposta do presidente do PFL é que Fernando Henrique atue para 'pôr as coisas no lugar' dentro de seu partido, a fim de que as duas forças mais significativas da oposição possam dar início à 'nova etapa', vale dizer, o segundo mandato do presidente Luiz Inácio da Silva, falando a mesma linguagem e agindo em consonância, a fim de não repetir os erros da primeira fase.
'Já em 2003 nós decidimos ficar na oposição. Havia uma ala que estava próxima de Lula, mas, logo que começaram a estourar os escândalos, em 2004, estabeleceu-se a unidade interna. O PFL tem vários problemas, mas não vive o dilema entre ser ou não ser oposição.'
Os tucanos, na opinião de Bornhausen, oscilam entre a atitude oposicionista como princípio e as alterações de conduta conforme a ocasião. 'Um grupo vive a expectativa de vir a se aproximar do PT, outro, o dos governadores, quer preservar uma boa relação administrativa, outro tem mais nitidez oposicionista e fica cada um falando um idioma. Este descompasso não é bom.'
Jorge Bornhausen e Fernando Henrique ficaram de voltar a conversar sobre a possibilidade de os dois partidos montarem um plano de ação conjunta. Para isso, primeiro seria necessário fazer um diagnóstico da atuação de ambos nos últimos quatro anos, com ênfase na análise sobre a condução na campanha eleitoral de 2006.
Seria uma discussão entre políticos, mas reunindo também especialistas em marketing, administração pública e organização de estruturas partidárias para ajudar na montagem de um programa que levasse os dois partidos a 'aproveitar ao máximo' suas respectivas características e possibilidades e principalmente a não incorrer em desperdícios políticos.
O projeto, acrescenta Bornhausen, não inclui alianças eleitorais, seja para 2008 ou 2010. 'Cada um mais à frente pode ter seus próprios candidatos.' O relevante, dentro da proposta feita pelo PFL ao PSDB, é saber como atuar para chegar vivos às eleições.
Mudança de tom
A nota de Fernando Henrique condenando a adesão do PSDB a Arlindo Chinaglia deve ter surpreendido os patrocinadores do gesto.
É que, segundo políticos ligados a FH, ele foi avisado da tendência pró-PT ainda durante o processo de consultas e, apesar de contrariado, informou que não iria 'brigar' com a realidade da bancada.
Como a nota 'briga' franca e explicitamente com a decisão, aconselhando mesmo uma alteração de posição - 'Ainda há tempo para as lideranças pensarem na opinião pública' -, houve uma mudança no tom de FH.
A mudança reforça o grupo contrário à adesão ao PT e, no mínimo, reabre a discussão dentro do partido. Nesse debate, seguramente entrará na pauta o tema do rumo a ser adotado pelo PSDB, pois na sua nota Fernando Henrique deixa claro que não considera a posição do partido na eleição para a presidência da Câmara só uma questão atinente às relações internas do Parlamento.
Semente
A adesão governista do grupo outrora de oposição do PMDB deu os passos iniciais numa eleição da Câmara.
Em fevereiro de 2005, os pemedebistas optaram pela candidatura oficial de Luiz Eduardo Greenhalgh contra qualquer outra opção que pudesse render dor de cabeça ao governo, sob o argumento de que era imprescindível respeitar o critério da proporcionalidade das bancadas.
Na época, pareceu uma posição de correção institucional. Mas foi mais que isso: os ainda oficialmente oposicionistas deram assim seus primeiros passos dentro do Palácio do Planalto desde a perda da prerrogativa de transitar pelo ambiente, com a vitória do PT.
Depois, foram prestando pequenos e discretos serviços até a capitulação final, com o sepultamento da candidatura própria à Presidência da República.
Entrevista:O Estado inteligente
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