Entrevista:O Estado inteligente

sábado, janeiro 20, 2007

A China se arma

A CHINA voltou a demonstrar sua evolução na tecnologia armamentista ao testar com sucesso um míssil anti-satélite. Torna-se o terceiro país a dominar essa técnica, igualando-se aos EUA e à Rússia.
Há motivos para preocupação. A aventura chinesa poderia reinstituir um cenário de corrida armamentista do qual o mundo se livrou há 20 anos. Norte-americanos e russos deixaram de realizar testes do gênero nos anos 80. George W. Bush, pouco após assumir o poder, cogitou retomar o projeto de construir um escudo antimísseis no espaço. Após o 11 de Setembro, deu-se conta de que a ameaça era outra, e os planos foram congelados.
A entrada da China no clube das potências espaciais -vale lembrar que Pequim já é capaz de lançar missões tripuladas- poderia incentivar Bush ou seu sucessor a retirar o Guerra nas Estrelas da geladeira, o que poderia dar início a uma indesejável militarização do espaço.
Pequim vem já há tempos substituindo o gigantesco Exército de 3 milhões de pessoas por Forças Armadas profissionais e ágeis. Renovou a Aeronáutica e agora investe na Marinha. Desenvolveu submarinos nucleares e parece estar construindo um porta-aviões. Tais equipamentos permitem projetar o poderio militar para além das suas fronteiras. A manter esse ritmo, as forças chinesas serão dominantes no Pacífico antes de 2020.
Está claro que a China não vai se contentar em ser apenas uma potência regional. A emergência militar chinesa, que parece inevitável em médio ou longo prazo, projeta a consolidação de um antagonismo com os EUA algo semelhante ao que prevaleceu entre americanos e soviéticos durante a Guerra Fria.
Mas, à diferença da URSS, a China, vedete das multinacionais, entrará nessa rivalidade despojada de ideologia.

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