Alta do álcool deixa o governo
desorientado. É uma história que
se repete há trinta anos
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Carlos Rydlewski
Helvio Romero/AE ![]() |
O Planalto acordou para o problema só depois que o preço na bomba subiu 30% |
O fantasma do confisco de estoques voltou a circular em Brasília. Na semana passada, foi usado pelo governo como ameaça contra usineiros, depois que o governo decidiu combater o aumento do preço do álcool, que registrou alta de 27% entre junho e dezembro de 2005 e de 6% nos primeiros dias deste ano. O Planalto voltou atrás, acuado pela repercussão negativa do anúncio. Mas, numa história que se repete há trinta anos, continua tentado a meter a mão nessa cumbuca na base do improviso. A oscilação no preço do álcool está associada principalmente à sazonalidade. Cai na safra, com a abundância da oferta, e sobe nos intervalos da colheita. No ano passado, houve ainda quebra de 20% na produção, causada pela seca que atingiu parte dos estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A crescente venda de carros bicombustível, que representam sete entre cada dez veículos comercializados no país, também contribuiu para aumentar a demanda e tornar o álcool ainda mais requisitado – e caro.

