Entrevista:O Estado inteligente

sábado, janeiro 07, 2006

VEJA Diogo Mainardi It's raining men...


"Muita gente reclama dos juros praticados
por Meirelles no Banco Central. Eu reclamo apenas porque ele, que é meu vizinho,
me impediu de dormir na passagem do ano,
atormentando-me com música dos anos 80"

Henrique Meirelles é meu vizinho. Tem um apartamento no prédio ao lado do meu. Ele deu uma festa no Ano-Novo. Com música dos anos 80. Muita gente reclama dos juros praticados por Meirelles no Banco Central. Eu reclamo apenas porque ele me impediu de dormir na passagem do ano, atormentando-me com o estribilho:

It's raining men. Hallelujah!

It's raining men. Amen!

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Alberto Dines me acusou de ser chantagista e mafioso. Isso não foi no Ano-Novo. Foi no Natal. Dines disse também que cometi um crime pior do que assassinato. Tudo porque denunciei um punhado de jornalistas que, na minha opinião, eram cupinchas de Lula. Um colega de Dines, se entendi direito, insinuou que participei da morte de Wladimir Herzog. Outro colega de Dines, se entendi direito, disse que enterrei vivo um mineiro nos Estados Unidos. Depois de me chamar de chantagista, mafioso, torturador, sádico e assassino, Dines afirmou num e-mail que, ao contrário de mim, não é dado a pichar as pessoas. Essa aula particular de jornalismo teria sido ainda mais notável se Dines não tivesse escrito pichar com x.

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José Serra, no Ano-Novo de 2007, estará entrando no Palácio do Planalto. Ele já está eleito. Já ganhou. Não por méritos pessoais. Ele será eleito exclusivamente porque a gente quer se livrar de Lula. E ele é a melhor garantia de que isso vai acontecer.

Não há democracia mais tediosa do que a nossa. Em 1994, um ministro tucano derrotou Lula. Em 1998, o mesmo tucano derrotou Lula. Em 2002, Lula derrotou um ministro tucano. Em 2006, o mesmo tucano vai derrotar Lula.

José Serra terá de pedir desculpas aos paulistanos por quebrar a promessa de ficar na prefeitura até o fim do mandato. Durante a campanha eleitoral, ele fará outras promessas. Dirá que não pretende se candidatar a um segundo mandato presidencial, em 2010. Dirá também que não estenderá seu mandato até 2011. Ninguém acreditará nele. Melhor assim.

Embora esteja matematicamente eleito, José Serra ainda precisa explicar o que pretende fazer no governo:

– Ele prorrogará a CPMF?

– Ele desmontará a arapuca fiscal do Bolsa-Família? Os brasileiros são menos otários do que parece. Para cada voto que Lula ganha com o Bolsa-Família, ele perde dois da classe média.

– José Serra fará uma reforma previdenciária de verdade? Uma reforma trabalhista?

– Ele retomará a venda das empresas estatais? O fantasma de Ricardo Sérgio de Oliveira até hoje assombra José Serra. Como privatizar sem roubalheira?

– Dá para financiar uma campanha presidencial sem roubar?

– Por que ele não exige a expulsão imediata de Eduardo Azeredo do PSDB?

– Que cargo ele oferecerá a Geraldo Alckmin?

– Quem será seu ministro da Fazenda? Armínio Fraga?

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Hallelujah! Amen!

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