ESTADÃO
O PT vai chegando travado para o debate eleitoral porque é incapaz de defender a política econômica do governo Lula. Os dirigentes do PT continuam mergulhados na síndrome da ruptura, a mesma que pautou o Congresso do partido em 2001, em Olinda. Eles não entenderam que não há mudança possível nas grandes linhas da política econômica e que os únicos ajustes a fazer são de sintonia fina.
Ainda acham que a opção do presidente Lula quando, em 2002, assinou a Carta ao Povo Brasileiro foi só administrar a transição do modelo ortodoxo e conservador do governo Fernando Henrique para uma virada que já deveria ter acontecido.
Para esses petistas, a atual política econômica não passa de sujeição ao Fundo Monetário Internacional, ao Consenso de Washington, aos banqueiros e ao estamento dos rendeiros, que lucra “com o juro escorchante e a dívida pública impagável”.
Acreditam que o mundo ainda desembocará no socialismo ou num sistema qualquer, diferente deste, caminho que continua aberto para quem não desistiu do sonho e para quem tiver vontade política para fazer o futuro acontecer. Crêem que outra globalização é possível e que só não está a caminho por comodismo e sujeição às elites.
Não vêem que as administrações socialistas com maior sucesso no mundo não tiveram vergonha de promover o choque de capitalismo, como a China atual, a Espanha desde Felipe Gonzalez e o Chile de Ricardo Lagos.
O PT não entendeu que a derrubada da inflação no Brasil foi o maior avanço proporcionado na direção da defesa dos interesses do trabalhador, na medida em que restaurou a integridade do poder aquisitivo do assalariado e baixou o custo da alimentação.
Ao contrário disso, ao tolerar a inflação desde que haja crescimento, o PT faz o jogo dos ricos, que têm saudades da inflação e acalentam pretextos para restabelecer o galope dos preços, a indexação e os velhos mecanismos de apropriação de parcelas crescentes da renda nacional.
Também têm dificuldades para perceber que não há política social sustentável sem estabilidade econômica, porque a inflação corrói tudo: o salário, o emprego, a alimentação e até o dinheirinho das políticas assistencialistas. Não perceberam que, do ponto de vista das camadas mais pobres, vale a pena pagar o preço do combate à inflação.
Afogado em suas ambigüidades, o presidente Lula falhou na sua missão de liderar uma mudança de mentalidade dentro das esquerdas, coisa que não aconteceu nem na Espanha, nem na China e nem no Chile. Nos bastidores, alimentou na militância e na própria direção do partido a ilusão da política de transição sabe-se lá para onde.
Agora tem enormes dificuldades para convencer o partido do governo de que não há virada radical a fazer. A saída que lhe resta é enquadrar a militância, na base do “se quiser, tem de ser assim; se não quiser, caio fora”.
Se confirmar candidatura a um segundo mandato, o presidente Lula terá de reafirmar as linhas de sua política econômica atual. Como o PT continua imerso em contradições, chegará à campanha com o breque de mão puxado, sem ânimo para empunhar as bandeiras de luta.
Não é preciso dizer que esse travamento injetará ainda mais entusiasmo nas oposições.
Entrevista:O Estado inteligente
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