FOLHA
Entre os agentes envolvidos na discussão sobre a TV digital, o mais afetado é o da TV aberta. Em geral desunidas, a ponto de existirem três associações para o setor, as emissoras abertas se juntaram para unificar sua posição perante o tema. Na sexta, mostrei a opinião do diretor técnico da Globo.
Mas, entre as abertas, existem a Globo e as demais -que vivem uma situação distinta, devido ao tremendo poder da rival. Porta-voz das demais redes, Johnny Saad, presidente da Bandeirantes, julga que há um erro conceitual em jogar TVs por assinatura, telefonia e TVs abertas no mesmo balaio. As duas primeiras utilizam serviços de rede, alguns utilizam satélites, são serviços pagos e direcionados -ou seja, cada qual sabe quem é o seu usuário. Já no caso da TV aberta, o sinal é para todos, e vive-se de publicidade.
A radiodifusão brasileira, desde seus primórdios, foi baseada no modelo americano, de empresas privadas disputando o bolo publicitário no mercado, para poder financiar o conteúdo entregue de graça ao usuário. Já o modelo europeu é basicamente de TVs estatais, assim como de telefonias estatais -o que minimiza o conflito entre ambas e não exige concentração publicitária, como no caso americano. Por isso mesmo, critica a tentativa de transposição do modelo europeu para o Brasil.
Historicamente, nos EUA, convivem poucas redes nacionais. Durante décadas, foram só três, ultimamente entrou a Fox. Diferentemente do cabo -que vende o conteúdo-, a dispersão de canais, na TV aberta, tornaria inviável a equação audiência-publicidade-produção.
As novas mídias já trouxeram razoável dispersão de conteúdo e do bolo publicitário. A única maneira de a TV aberta competir é dispor de qualidade de imagem -o que exige a ocupação de todo o espectro de freqüência- e de serviços adicionais, como o de jogar conteúdo no celular sem precisar passar pela intermediação da operadora.
Johnny contesta a versão de que a falta de espaço da produção independente se deva à verticalização na TV aberta -que produz e distribui seu próprio conteúdo. Diz que, nos EUA, o grande espaço conquistado pela produção independente foi no cabo e em outros canais de distribuição, como a internet, o DVD.
No caso do Brasil, diz ele, essa diversidade foi impedida por uma situação de monopólio virtual tanto na TV por cabo como por satélite por parte da Globo. Essa situação tende a se agravar com a entrada no mercado do mexicano Carlos Slim, participando da TV Globo, da Net, da Embratel e da Claro.
Segundo ele, há uma barreira nos canais pagos para a entrada de produções independentes. Apenas o Canal 21, da Band, e a MTV foram criados no período, devido ao único aspecto seguido da lei, que obriga a empresa a cabo a dar um canal para as emissoras com transmissão local. O Canal 21 conseguiu por ser, também, uma emissora aberta. A MTV, pelo fato de a Abril, na época, possuir uma rede de UHF.
Até hoje essa situação de concentração de poder não foi tratada nem na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) nem do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Após dar a palavra a todos os personagens da discussão, nas próximas colunas vamos para a confrontação de argumentos.
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