Charge da Folha de S Paulo
" Todo ano é a mesma história. Deputados e senadores não conseguem dar conta de toda a pauta, e o Congresso acaba sendo convocado extraordinariamente para trabalhar durante o recesso.
Cada convocação custa uma fortuna para o país, e os resultados têm sido pífios, menos do que medíocres. Quase nada é votado durante essas convocações. Mas o custo político para o Congresso tem sido enorme.
Este ano, parecia que as coisas seriam diferentes. O Congresso não precisava ser convocado, apenas as CPIs e o Conselho de Ética da Câmara precisavam continuar funcionando. Afinal, não dava para interromper as investigações do valerioduto.
Mas não se encontrou nenhuma fórmula regimental que permitisse apenas o funcionamento dessas comissões.
Por isso, o Congresso foi mais uma vez convocado extraordinariamente. E, mais uma vez assistimos ao espetáculo de parlamentares devolvendo os subsídios extras, outros que disseram que devolveram mas embolsaram, outros ainda que pura e simplesmente receberam o dinheiro e ponto final.
Resultado: foi elaborada uma pauta com temas que deveriam ser discutidos, mas como se sabe, é sempre uma lista "para inglês ver". Porque ninguém comparece, ninguém vota.
E fica tudo por isso mesmo.
Para diminuir o "mico" das próximas convocações extraordinárias, bem que o Congresso poderia promover uma reforma nos regimentos das duas casas, para que as Comissões Parlamentares de Inquérito e os Conselhos de Ética, tanto da Câmara quanto do Senado, possam funcionar independentemente da convocação de todos os parlamentares.
O país economizaria uma fortuna. E os parlamentares seriam poupados desse "mico" inacreditável.
Plenário vazio e bolso cheio.Ninguém merece."
Enviada por: Ricardo Noblat