Pelo visto, a síndrome do "medo de urna" atacou também o relator do processo do deputado petista Professor Luizinho, no Conselho de Ética da Câmara.
Até ontem de manhã imaginava-se que o deputado Pedro Canedo, por ser do PP, partido que tem três deputados com o mandato a prêmio, iria participar de algum tipo de acordo com os petistas. Acordo do tipo "uma mão lava a outra": o PP livraria o pescoço do Professor Luizinho, e o PT ajudaria a salvar o mandato dos três deputados pepistas que estão sendo processados pelo Conselho de Ética.
Se isto tivesse acontecido, a Câmara estaria dando um péssimo sinal para a sociedade, o sinal de que um pouco de corrupção é aceitável. Como se fosse possível dar um preço mínimo à corrupção.
Como só se encontrou nas contas de Marcos Valério um saque de 20 mil reais que pôde ser atribuído ao deputado Professor Luizinho, imaginou-se que o relator pediria apenas uma pena de suspensão de mandato ou advertência.
Mas para a surpresa de todo mundo, principalmente do acusado, que chegou à reunião cheio de confiança de que sairia livre, o relator pediu a cassação do Professor Luizinho por quebra de decoro parlamentar.
Evidentemente, o Conselho de Ética pode votar contra o pedido de cassação. O plenário da Câmara, por sua vez, também poderá votar contra o relatório e absolver o Professor Luizinho. Afinal, um mensaleiro confesso como o deputado Romeu Queirós foi absolvido pelo plenário, contrariando decisão do Conselho de Ética, que pedia sua cassação.
O escândalo da absolvição de Romeu Queirós está agora apresentando sua fatura.
O relator do processo pediu a cassação do deputado Professor Luizinho. Assim como o relator do processo do deputado Roberto Brant do PFL de Minas, outro que recebeu dinheiro de caixa dois.
Como diz com muita sabedoria o ministro da Justiça Marcio Thomas Bastos, caixa dois é coisa de bandido.
A síndrome do "medo de urna" está fazendo os relatores pensarem bem antes de elaborarem seus votos.
Vamos ver como se comporta o plenário do Conselho de Ética e depois o plenário da Câmara dos Deputados.
A sociedade está marcando em cima."
Enviada por: Ricardo Noblat