Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Lucia Hippolito na CBN:Garotinho abusa do assistencialismo


 

"Na campanha eleitoral de 2004, o Estado do Rio foi palco de cenas de clientelismo explícito. O ex-governador Anthony Garotinho, que tem sua base eleitoral no município de Campos, no Norte fluminense, transferiu-se para a cidade e caiu no assistencialismo mais deslavado, com o objetivo de eleger seu candidato à prefeitura.


A governadora Rosinha Matheus, mulher de Garotinho, chegou a transferir o governo do estado para Campos, levando vários secretários para despachar na cidade.


Na Baixada Fluminense, o PT jogou todo o seu poder de fogo, que não era pequeno naquelas eleições, para eleger Lindberg Farias prefeito de Nova Iguaçu.


Pois ali também o casal Garotinho lançou mão de todo o arsenal clientelista. Material escolar distribuído em setembro e outubro, cheque-cidadão, vales de todos os tipos, enfim, tudo para conquistar os votos de uma população carente e despossuída de tudo. Um verdadeiro exército eleitoral de reserva, que habita a Baixada Fluminense e as comunidades carentes da capital e do interior do estado.


Depois de várias denúncias de clientelismo e uso da máquina pública nas eleições, a juíza eleitoral de Campos declarou o casal Garotinho inelegível por três anos. Ambos desqualificaram a decisão, tentaram lançar suspeitas sobre a isenção da juíza. Enfim, menosprezaram a justiça.


Lamentavelmente, por quatro votos a três, o plenário do TRE reviu a decisão da juíza e manteve a elegibilidade do casal, numa das decisões mais constrangedoras dos últimos tempos. O Ministério Público recorreu, e o caso foi para o TSE.


Mas Anthony Garotinho continua debochando da  sociedade fluminense. Ontem mesmo, foi pedido à Polícia Federal que abra inquérito para investigar reuniões convocadas pelo governo do estado, quando Garotinho fala sobre o programa Cheque-Cidadão e distribui cheques para grupos convocados. Ou seja, propaganda eleitoral disfarçada de assistencialismo governamental.


Cartazes com frases do tipo "Nunca ninguém fez tanto pelo interior como Garotinho" foram apreendidos em alguns eventos. Isto pode caracterizar propaganda política fora do período eleitoral ou pura compra de voto, dois crimes previstos na legislação eleitoral.


A atitude de Anthony Garotinho parece ser a de alguém que tem as costas quentes e conta com uma decisão favorável do Tribunal Superior Eleitoral.


É isto mesmo que o PMDB chama de candidatura própria?! Ai, que saudades do doutor Ulysses!"

Enviada por: Ricardo Noblat

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