Para derrubar o Google, Bill Gates vai pagar
a quem pesquisar no site de buscas da Microsoft
Stephen Brashear/AP |
Gates: "É um estímulo para que as pessoas usem nosso serviço" |
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Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que 1,2 bilhão de pessoas usam a internet em todo o mundo. O que a maior parte desse contingente faz o tempo todo na web? Buscas, buscas e mais buscas. Somente nos Estados Unidos, são realizados 10,6 bilhões de pesquisas a cada mês na rede de computadores. Tamanha audiência ergueu um mercado especialmente atraente para as empresas de tecnologia. O problema – ao menos para a concorrência – é que o Google se tornou imbatível nesse segmento. O site domina 60% das buscas feitas entre os americanos. O segundo colocado, o Yahoo!, tem apenas 20% do total, e a Microsoft, na terceira posição, modestíssimos 9%. No restante do mundo, a lavada do Google segue a mesma proporção. Para reverter esse jogo, na semana passada, Bill Gates anunciou que a Microsoft vai pagar a quem usar parte de seu serviço de pesquisas na internet.
O pagamento será indireto e, por enquanto, vale para quem mora nos Estados Unidos. Na prática, é um programa de fidelização de clientes, batizado de Live Search Cashback. Funciona assim: quem fizer comparações de preços no site da Microsoft (search.live.com/cashback) antes de comprar algum produto na web terá como crédito uma pequena porcentagem do valor da aquisição. No momento em que o usuário acumular 5 dólares, receberá um reembolso numa conta bancária, pelo correio, ou como crédito no serviço on-line PayPal. O sistema conta com 10 milhões de produtos de 700 companhias. "Queremos oferecer o melhor resultado em buscas e estamos dando um estímulo para que as pessoas usem nosso site", disse Gates. Mas a tentativa de arranhar a liderança do Google foi mais longe. No Live Search Cashback, as empresas vão pagar à Microsoft somente quando for realizada a venda de um produto. No Google, as companhias pagam por cada clique em um de seus anúncios.
O novo lance da Microsoft ocorre após uma série de tentativas frustradas de compra do Yahoo!, justamente para fortalecer sua posição na web. E, certamente, não será o último. Hoje, o mercado de anunciantes na internet movimenta 20 bilhões de dólares por ano. Foi ao abocanhar uma gorda fatia desse mercado que o Google ampliou seu faturamento de 10 bilhões de dólares em 2006 para 16,6 bilhões de dólares no ano passado. Um salto que aguça a sede da concorrência.