Entrevista:O Estado inteligente

sábado, maio 31, 2008

MilLÔR

Mas o que este país precisa mesmo é de alguém que apague a luz no fim do túnel.

ORELHINHAS E ORELHUDOS

Repito de Veja, 28 de maio: Silva Mello, respeitável médico e admirável pesquisador, escreveu em 1973: "Uma particularidade que nos tem surpreendido é dos negros possuírem, freqüentemente, orelhas pequenas e admiravelmente bem conformadas, jamais tão grandes e feias como as dos brancos".

Bem, como disse, fui às pesquisas para verificar se Silva Mello (Darwin também andou nessa) estava certo quanto à superioridade estética das orelhas dos negros. Escolhi (como cientista que sou, reconhecido internacionalmente) comparar as personalidades por profissão, por contemporaneidade, por importância. Cientista não se perde em divagações. Eis o resultado.

À esquerda os brancos
(orelhas grandes)

À direita os negros
(orelhas pequenas)

I

Marcos Palmeira, consagrado ator global.
Lázaro Ramos, ator global em vertiginosa ascensão.

II

Abraão Lincoln, presidente americano, morto por defender a unidade da nação americana.
Martin Luther King, líder social americano, morto quando defendia a integração racial.

III

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República dos Estados do Brasil que alguns chamam Brasil dos Estados Unidos.
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da mesma escola de samba. Na verdade as orelhas de Fernando Henrique não são muito pequenas pelos nossos padrões de pesquisa. Porque Fernando Henrique Cardoso não é totalmente negro. Apenas tem um pé na cozinha.

IV

Ricardo Eugênio Boechat, comentarista portenho da antiga tevê Bandeirantes.
Heraldo Pereira, comentarista substituto do JN, da Globo.

V

Gana X Camarões (jogo em 7 de fevereiro de 2008). Não precisa comparar com brancos. Os vinte e dois jogadores em campo, todos mostravam orelhas pequenas e redondinhas.
Gana X Brasil, futebol feminino (jogo em 20 de abril de 2008). Elas, ganenses, todas de orelhas bem pequenas. As brasileiras são mais miscigenadas, com orelhas grandes e pequenas.

VI

Kaká, jogador paulista, caucasiano típico, polêmico por seu puritanismo ostensivo.
Robinho, jogador paulista, polêmico pela maneira como usa seu talento pedestre – pedalando.

VII

Dom Euzébio Scheid, arcebispo de vocês.
Robson Cristo de Oliveira, padre negro que precede o dom na missa dos domingos de manhã na Globo.

VIII

McAvoy, ator branco que, no filme-biografia de Idi Amin Dada, faz o médico-cirurgião escocês.
Idi Amin Dada, o excelente ator Forest Whitaker, representando o ditador, na mesma biografia – The Last King of Scotland.

IX

Blair, ex-primeiro-ministro inglês, sócio de Bush na hora errada.
Obama, sucessor de Bush, se o pessoal de orelha grande permitir.

X

Millôr, o maior intelequitual do Meyer, de 13 de dezembro de 1965 a 8 de janeiro de 1966.
Pelé, o maior atleta de todos os tempos, de todos os esportes, de todos os lugares, compositor, cantor popular e campeão de cuspe em distância.

P.S.: Um UF! final. Ainda bem que minha pesquisa conseguiu se enquadrar no politicamente correto (ou politicamente fascista, como querem outros). Imaginem se eu concluísse que as orelhas negras eram maiores e mais feias do que as dos brancos... No mínimo seria expulso da reitoria da Universidade do Meyer.

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