100 legados japoneses
As contribuições dos imigrantes e seus descendentes
que ajudaram a mudar as feições do Brasil
Naiara Magalhães, Renata Moraes e Thaís Oyama
Quando o navio Kasato Maru atracou no Porto de Santos, em São Paulo, em 18 de junho de 1908, os 781 imigrantes japoneses nele embarcados achavam que o Brasil não passava de um destino temporário – logo, logo voltariam para casa. Os brasileiros, por sua vez, viam nos recém-chegados visitantes cuja única contribuição ao país seria o trabalho braçal nas lavouras de café. Pois é. Apenas 10% dos quase 190 000 imigrantes que aportaram aqui antes da II Guerra retornaram ao Japão. Os outros 90% ficaram para sempre – e ajudaram a mudar a face da terra de adoção. Na agricultura, introduziram a soja (atualmente, 20% das exportações do agronegócio) e novas máquinas e métodos de cultivo; na alimentação, uma infinidade de frutas, pratos e temperos antes desconhecidos. Cem anos depois da chegada dos pioneiros, no entanto, o maior legado japonês continua sendo o seu povo: 1,3 milhão de descendentes, a maior comunidade nikkei fora do Japão. O Brasil não seria o mesmo sem eles.
Fotos Getty Images, São Paulo Shimbun, Divulgação, Pedro Rubens, Otavio Dias de Oliveira, Raul Junior, Marcelo Zocchio, João Sal, Roberto Setton, Mario Rodrigues, Claudio Rossi, Rogério Montenegro e ilustração Hiro |
Especial
Ilustração Hiro. Fotos de Mauro Holanda, Nani Gois, Getty Images, Bia Parreiras, Mario Rodrigues, Folha Imagem, Getty Images/Royalty Free, Ana Araujo, Pedro Rubens e Valdemir Cunha |
Fotos Getty Images, Ricardo Toscani, Fernando Moraes, Pedro Bicudo, Otavio Dias de Oliveira, Fabio Castelo, Mario Rodrigues, Fabio Heizenreder, Ilustração Hiro |
Fotos Paulo Vitale, Lailson Santos, Irandy Ribas, Getty Images, divulgação, Latin Stock, Marcos Ribas, Fabio Mangabeira, Marcelo Vigneron, Luis Carlos Kfouri e ilustração Hiro |
Fotos Paulo Vitale, Octavio Cardoso, Otavio Dias de Oliveira, Mauro Holanda, Eduardo Pozella, Gustavo Arraes |
Fontes: Associação Brasileira de Acupuntura; Associação Brasileira de Nishikigoi; Administração do Parque do Carmo; Associação dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais de Atibaia; Akira Matono, fundador da empresa Cerealista São Paulo; Assimilação e integração dos japoneses no Brasil, de Hiroshi Saito e Takashi Maeyama (Editora da Universidade de São Paulo e editora Vozes, 1973); Banco Interamericano de Desenvolvimento; Carlos Tramujas, especialista em bonsais; Carlos Watanabe, sushiman; Conrad Editora; Consulado Geral do Japão em São Paulo; Christine Greiner, coordenadora do Centro de Estudos Orientais da PUC-SP; Célia Oi, historiadora; Célia Sakurai, antropóloga; Centro de Estudos Nipo-Brasileiros; Confederação Brasileira de Sumô; Cristiane Sato, especialista em cultura pop japonesa; Federação de Rádio Taissô do Brasil; Flávio Godas, economista da Ceagesp; Frank Usarski, professor da PUC-SP; Guia da Cultura Japonesa (Editora JBC); Hiroshi Ikuta, engenheiro agrônomo; Hugo Kawauchi, empresário do ramo de restaurantes; Jo Takahashi, diretor de Projetos Culturais da Fundação Japão; Kendi Yamai, apresentador de programas de TV japoneses; Kimiko Suenaga, ceramista; Koichi Mori, da Casa de Cultura Japonesa da USP; Kokei Uehara, presidente da Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa; Marcos Persici, do arquivo do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil; Márcio Nakano, do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes; Masato Ninomiya, advogado; Newton Hirata, estudioso da Cooperativa Agrícola de Cotia; O olhar dos nisseis paulistanos, de Paulo Yokota (Editora JBC); Paulo Yokota, presidente do Hospital Santa Cruz; Renata Koike, da Fundação Japão; Sérgio Kamimura, publicitário da NK2; Uma epopéia moderna: 80 anos da imigração japonesa no Brasil (Editora Hucitec); União dos Clubes de Gateball do Brasil