O Estado de S. Paulo |
28/5/2008 |
O governo Lula mantém em relação ao crédito posição dúbia, que não se restringe ao jogo do Ministério da Fazenda. Também o Banco Central (BC) vacila entre impor controles (para conter o consumo, por exemplo) ou deixar que se expanda para atender às necessidades de uma importante evolução estrutural. A força do crédito não deixa de ser novidade no Brasil. Em 2002, correspondia a apenas 22% do PIB. Hoje, já está a 36%. O relatório divulgado ontem pelo BC mostra que seu saldo ultrapassou em abril o volume de R$ 1 trilhão. E ainda é pouco. Se tivesse a proporção que tem no Chile (67% do PIB), já seria de quase R$ 2 trilhões. Um punhado de fatores manteve o crédito estagnado até a virada deste século. Um deles foi o tamanho da dívida pública. O governo gastava muito mais do que arrecadava, a dívida cresceu e o Tesouro avançou sobre a poupança nacional. Assim, sobravam migalhas ao setor privado. Os bancos também não se interessavam pelo negócio. Emprestavam, no mole, para o Tesouro sem custos com análise de risco e administração de garantias. Mas chegou o dia em que a dívida pública (que beirou os 60% do PIB em 2002) caiu para os atuais 41% do PIB, os bancos tiveram de deixar as operações de tesouraria e voltar ao crédito, operação que tinham quase desaprendido. O governo bem que deu um empurrão ao instituir o crédito consignado, que permite o pagamento por desconto direto do salário ou da aposentadoria. Outras novidades surgiram no crédito imobiliário, como a reserva de domínio, que diminuiu riscos. Não dá para dizer que o crédito contribua pesadamente no avanço da inflação que hoje preocupa os administradores da economia porque possui densidade baixa ante o tamanho da renda nacional, os tais 36%. Prova disso é o pequeno avanço dos preços nos segmentos cobertos pelo crédito ao consumidor. Até o mês passado, para uma inflação de 5,04% acumulada em 12 meses, os preços dos veículos novos estavam 3,60% mais altos, enquanto os dos aparelhos de TV, som e informática caíram 10,87%. Mas não dá para esconder que o crédito continua caro demais para o tomador. Pelo levantamento do BC, sabemos que, em abril, as empresas pagavam a média de 41,2% ao ano no desconto de duplicatas e 65,0% na conta garantida. Enquanto isso, as pessoas físicas pagavam 152,7% no cheque especial e 50,6% no crédito ao consumidor. Este é um velho problema sem solução. Há impostos demais, é verdade, mas também é verdade que há baixa concorrência. Os bancos estatais, especialmente o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, que deveriam atuar agressivamente para derrubar os juros, dançam a mesma marchinha dos privados - para prejuízo do tomador de crédito.
Distorção cambial - Um dos problemas que se agravam na Argentina com a manipulação da inflação é a definição de um câmbio adequado. O banco central já trabalha com o dólar a 3,2 pesos, pouco mais de 3% acima do nível anterior. O problema é que o peso é atacado por uma inflação muito mais forte do que o governo admite. Na percepção do mercado, o câmbio está baixo demais e, com isso, o produto argentino perde competitividade. Mas, se admitisse que o câmbio está fora do lugar, o governo teria de reconhecer uma inflação mais alta. |
Entrevista:O Estado inteligente
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