Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, junho 07, 2007

Folha de S.Paulo - Brasília - Valdo Cruz: Ligações perigosas - 07/06/2007

VALDO CRUZ

Ligações perigosas

BRASÍLIA - Parodiando Luiz Inácio Lula da Silva, nunca neste país um
presidente teve tantos amigos e parentes envolvidos ou citados em
escândalos durante seu período à frente do governo.
A lista é enorme. Alguns andam esquecidos dada a avalanche de
operações da Polícia Federal. Não custa relembrá-los.
Delúbio Soares, ex-tesoureiro petista, jogador de peladas ao lado de
Lula e fornecedor de charutos em momentos que exigiam discrição. Foi
abatido pelo mensalão.
Silvio Pereira, o ex-secretário-geral do PT, dono da planilha de
partilha de cargos do governo Lula no primeiro mandato. Outro
atropelado pelo mensalão.
Paulo Okamotto, amigo de longa data, pagava as contas do presidente
sem que ele pedisse. Sobreviveu ao bombardeio da CPI do Fim do Mundo
e submergiu.
Jorge Lorenzetti, churrasqueiro oficial de Lula. Transformou-se num
aloprado depois de a PF apontá-lo como um dos responsáveis pela
tentativa de compra de um dossiê contra os tucanos.
Oswaldo Bargas, amigo dos tempos de sindicalista. Outro que o próprio
Lula classificou de aloprado pelo suposto envolvimento no dossiê
contra Geraldo Alckmin e José Serra em 2006.
Há os petistas ilustres, íntimos de Lula, derrubados no primeiro
mandato: José Dirceu, José Genoino, Luiz Gushiken, Antonio Palocci. E
casos controversos, como o do filho Lulinha e a Telemar na sociedade
da Gamecorp.
Agora, a lista foi coroada com Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão
do presidente, e o compadre Dario Morelli Filho, atingidos pela
Operação Xeque-Mate.
Nem todos são culpados, é bom dizer. Contra alguns não surgiram
provas. Outros ainda estão sendo processados. Sintomático, contudo,
que um presidente tenha tantos amigos enrolados. A priori, não pode
ser condenado por isso. Mas bem que poderia selecionar melhor suas
companhias.

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