Entrevista:O Estado inteligente

domingo, junho 03, 2007

CLÓVIS ROSSI

A diretoria do mundo LONDRES - Era uma vez um tempo em que o G7, o clubão dos sete países mais ricos do mundo, era chamado de diretoria do planeta.
Acertavam-se -quando o conseguiam- e os demais que se ajeitassem às suas decisões, pelo menos em termos econômicos. Depois, entrou a Rússia, neocapitalista, mas nada mudou essencialmente até faz bem pouco tempo.
Agora, é outra história. Pegue-se, entre tantos exemplos possíveis, o problema do ambiente. O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-Moon, está preparando um jantar para o dia 24/9, em Nova York, na véspera da abertura da assembléia geral da instituição, com um grupo de 15 países. Os do G8, claro, mais Brasil, Índia, China, África do Sul, México, Argélia e duas das ilhas que estão ameaçadas de sumir do mapa pelos efeitos colaterais do aquecimento global.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi sondado na quinta-feira por Ricardo Lagos, ex-presidente do Chile, que está para ser nomeado para coordenar na ONU o combate ao aquecimento global. Topou a conversa, assim como George Walker Bush, que só estabeleceu uma condição: a de que o jantar não tivesse caráter deliberativo, o que é, de resto, uma obviedade.
Lula começa agora uma ronda de consultas com seus pares sul-americanos, porque disse a Lagos que quer levar a Nova York uma posição conjunta da região.
O presidente brasileiro antecipa que a responsabilidade pela preservação ambiental não pode ser distribuída de forma igual entre países ricos e pobres e que qualquer programa a ser eventualmente adotado não pode brecar o desenvolvimento dos emergentes.
Todo esse balé diplomático-ambiental deságua esta semana na cúpula do G8 na Alemanha. Na qual o velho clubão terá a companhia de cinco países em desenvolvimento. Pelo menos nesse capítulo, o mundo está mudando para melhor.

crossi@uol.com.br

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