Entrevista:O Estado inteligente

sábado, janeiro 06, 2007

FERNANDO RODRIGUES O candidato alternativo


BRASÍLIA - São mínimas as chances de um candidato alternativo ser eleito presidente da Câmara. Mas está longe de ser inútil a eventual entrada na disputa de deputados mais independentes como Fernando Gabeira (PV-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP).
Gabeira atuou recentemente como uma espécie de grilo falante do Congresso. Conseguiu vocalizar pensamentos que estavam no imaginário popular do eleitorado. A interpelação a Severino Cavalcanti e o esforço para que os sanguessugas fossem, pelo menos, formalmente acusados são dois exemplos de sua atuação. Portou-se como um verdadeiro deputado de oposição.
Mas as reais possibilidades de vitória de Gabeira, de Erundina ou de quem aceitar a empreitada são pequenas, por dois fatores principais:
1) A legislatura está no começo. É difícil atrair os novos deputados, pois todos já chegam cheios de compromissos políticos assumidos em seus Estados;
2) Os candidatos governistas, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), estão obstinadamente em campanha e receberam ordem de Lula no sentido de não deixar a cadeira de presidente da Câmara escapar das hostes palacianas.
É mais fácil ocorrer um ponto fora da curva quando a legislatura está no meio -o caso de Severino Cavalcanti, em 2005. Havia mais interesses contrariados. Os espaços estavam abertos para articulações contra o bloqueio palaciano.
A luta de Gabeira e de seu grupo agora será mais na mídia, chamando a atenção para as mazelas do Congresso. Num momento de marasmo político, é sempre positivo dar publicidade a esse tema.
O governo não se emenda. Por que é preciso fazer propaganda sobre o novo passaporte? Resposta: para jogar dinheiro pela janela.

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