O Estado de S. Paulo |
11/1/2007 |
O apoio do PMDB reforça a candidatura do petista Arlindo Chinaglia, mas nem de longe significa a decisão antecipada da disputa pela presidência da Câmara. Primeiro porque não é novidade - desde sempre o comando pemedebista manifestou preferência por Chinaglia -, segundo porque o PMDB não é confiável, terceiro porque o voto é secreto, quarto porque há muito jogo ainda para ser jogado e quinto porque Aldo Rebelo pode acabar se beneficiando do fato de, ao mesmo tempo, ser governo e agradar à oposição. O cenário da eleição pelo comando da Câmara a cada dia está de um jeito diferente: começou com o favoritismo incontestável de Rebelo, evoluiu (ou involuiu, dependendo do ponto de vista) para a predominância de Chinaglia e ainda pode assumir uma nova feição a partir da semana que vem, quando o grupo que articula uma candidatura alternativa decide se vai de Fernando Gabeira, Luiza Erundina ou Gustavo Fruet. Hoje tudo indica que o petista Chinaglia é o verdadeiro candidato de Lula. Não fosse, o principal partido aliado do presidente não fecharia com a candidatura do líder do governo na Câmara. Para reforçar a evidência, os partidários de Aldo Rebelo partiram para uma ofensiva típica de oposição: a denúncia do uso da máquina pública em favor do adversário, por meio de liberação de emendas, promessas de cargos e negociação em torno de ministérios. Como Aldo Rebelo foi eleito um ano e meio atrás pelos mesmos métodos que agora denuncia como desleais, deve saber o que diz. Conhecedor do peso desse tipo de jogo, não é absurdo pensar na hipótese de o presidente da Câmara ser levado pelas circunstâncias e a necessidade da sobrevivência a se transformar de preferido de Lula em predileto da oposição. O PFL já está fechado com ele há algum tempo. E o fez quando o presidente da Câmara trabalhou pela derrota do candidato do PT, Paulo Delgado, e a vitória do indicado pelo pefelê para o Tribunal de Contas, Aroldo Cedraz. Há dois dias, desde a oficialização do apoio do PMDB a Chinaglia, o líder do partido na Câmara, Rodrigo Maia, passou a defender o 'voto útil' em Rebelo entre os companheiros de oposição. O pefelista argumenta junto ao PSDB e ao grupo dos alternativos que, em termos de governo, o atual presidente representa 'um mal menor' e, portanto, seria interessante o abandono da idéia de uma nova candidatura, a fim de não facilitar vida do PT. Os tucanos ficaram de pensar, mas preferem decidir na última hora. Alguns deles estão com os partidários do projeto de recuperação moral da Câmara, outros admitem ficar com o PT por conta de conveniências regionais, principalmente dos governadores de Minas Gerais e São Paulo, e uma parcela pode realmente optar por Rebelo. Se houver segundo turno não há dúvida de que até os alternativos darão votos à reeleição do atual presidente. Uma vez estabelecida com clareza a preferência do Planalto pelo candidato petista, ele passará a atrair os que detestam o PT, os que querem impor uma derrota ao governo e os que começaram a perceber que não serão atendidos na distribuição de cargos marcada para começar logo após a escolha dos presidentes da Câmara e do Senado. Calça justa Lançada ontem pelo deputado Raul Jungmann, a idéia de promover um debate entre os candidatos à presidência, transmitido pela TV Câmara, com a participação de OAB, CNBB, ABI e jornalistas fazendo perguntas livremente a Arlindo Chinaglia, Aldo Rebelo e mais o candidato alternativo a ser escolhido terça-feira próxima, tem três objetivos. Criar um fato para manter acesa a chama dos partidários de uma candidatura de afirmação do Parlamento, confirmar que o grupo terá mesmo um candidato e levar a disputa para a opinião pública. Terreno em nada interessante para Chinaglia e Rebelo, que preferem fazer o discurso de promessas 'para dentro' a assumir compromissos com bandeiras de boa repercussão na sociedade. Ambos sempre podem recusar, como de resto ocorreu na eleição anterior, quando o debate marcada na TV Câmara teve de ser cancelado, pois só o pefelista José Carlos Aleluia apareceu para debater. Mas a situação era outra, a crise de credibilidade do Legislativo menos profunda, a tensão entre os defensores do avanço e os adeptos do atraso não estava explicitada e o peso da candidatura de contestação era bem menor. Agora, a recusa ao debate significará oficialização da rejeição a uma agenda de moralização. Nas onze O presidente do PMDB, Michel Temer, ainda não perdeu a esperança: na eventualidade de um impasse total, está pronto para assumir a condição de candidato-solução a presidente da Câmara. Por isso, tem feito as vontades de seu partido sem desagradar aos aliados de Rebelo nem se confrontar com os alternativos. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quinta-feira, janeiro 11, 2007
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