NO HORÁRIO eleitoral, Lula esconde o PT e não pronuncia a palavra mensalão. Sobre imagens das ambulâncias do Samu, a voz do locutor evita chamar pelo nome o veículo-símbolo dos sanguessugas, apenas exaltando o desempenho do governo na área das "emergências médicas". Alckmin passa ao largo do tema segurança e, mais importante, também não fala do que Lula evita falar. Dessa sobreposição de vetos resultam programas pouco espetaculosos e algo semelhantes em forma e conteúdo (a biografia, o desfile de realizações, o manifesto do candidato), para impaciência do jornalismo, que quer temperatura, e da oposição, que deposita esperança em um ataque frontal a Lula e/ou no resgate dos escândalos de seu governo. Os marqueteiros, porém, estão em outra. Dos dois lados, miram um público que não lê jornais nem mesmo vê os programas do início ao fim ou todos os dias. Um público que decide seu voto num processo misterioso para os próprios políticos. Basta lembrar que a maioria deles, inclusive muitos da situação, apostaram no segundo semestre de 2005 que Lula chegaria moribundo à eleição, apenas para vê-lo renascer, forte e sacudido, a partir da virada do ano -não por acaso, logo depois da cassação de José Dirceu. Enquanto políticos falam para jornalistas e têm dificuldade em resistir à tentação de responder uns aos outros na propaganda eleitoral, marqueteiros operam com um vocabulário de 300 palavras extraído de pesquisas qualitativas e tendem a se perguntar o tempo todo que vantagem Maria leva. João Santana descartou o PT do programa de Lula por necessidade. O vermelho e a estrela se transformaram em "recall" da crise a que o presidente conseguiu sobreviver. Como o PT precisa de Lula mais do que nunca, não é tão difícil fazer o partido se acomodar às exigências da campanha reeleitoral. As pressões são maiores sobre Luiz Gonzalez, o responsável pelo programa de Alckmin. A possibilidade concreta de vitória de Lula no primeiro turno fez com que as cobranças por ênfase na chamada "questão ética" começassem bem antes do início do horário eleitoral. Por ora, não é isso o que se vê no ar, descontado um ou outro comercial sem associação direta com a figura do candidato. A campanha tenta fixar um perfil. Não ataca Lula, na crença de que isso resultaria em perda de votos, mas, sem mencioná-lo, procura mostrar que Alckmin também cuidaria dos pobres -na noite de terça, sua fala repetia três vezes o compromisso de manter o Bolsa-Família. E assim está a TV: Lula não fala do que não pode, e Alckmin, do que não lhe convém. A toada será essa pelo menos até a próxima rodada de pesquisas.
Entrevista:O Estado inteligente
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