Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, agosto 09, 2006

Mónica Bérgamo - "Não me ofenda"

 Folha de S. Paulo

Numa concessionária da Mooca, com carros de até 82 mil dólares no salão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participou de evento beneficente, anteontem. Distribuiu autógrafos em seu livro e assistiu ao show da cantora Ná Ozetti na mecânica da concessionária, adaptada para os 700 convidados da festa. Entre eles, a ex-primeira-dama Ruth Cardoso, que chegou sozinha, quase uma hora depois do marido. "Ah, não. Por favor", diz, ao ser abordada pela coluna. "Entrevista agora não. Deixa eu existir!". Fernando Henrique Cardoso, gentil, fala com os repórteres. Sobre o PCC, sobre a reeleição. "Daqui a pouco teremos uma quase guerrilha urbana no país", diz. Sobre a possibilidade de ajuda do governo Lula a SP, responde: "Não vou entrar numa seara que está toda minada. O governador de SP sabe o que está fazendo". A entrevista acaba quando, ao defender o instituto da reeleição mas criticar supostos abusos do presidente Lula, FHC é confrontado por um radialista: "O senhor foi acusado das mesmas coisas na época...". "Não, não fui, não! Não me ofenda. Eu não aceito a comparação." Seguranças retiram o ex-presidente da mesa. "Agora acabou", diz FHC. O espetáculo de dança do coreógrafo Ivaldo Bertazzo ia começar.

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