Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, agosto 22, 2006

Jânio de Freitas - No bom caminho




Folha de S. Paulo
22/8/2006

Os Estados Unidos dão um esperançoso passo em direção à democracia graças às ações de uma valente juíza

GUERRAS, TANTAS MORTES de crianças, destruição de famílias, cidades em ruínas, ameaças de mais intervenções e guerras -mas surge de repente uma razão contra o pessimismo. O governo Bush dá início a uma "luta global" contra a corrupção que empobrece cofres públicos pelo mundo afora e, mais verdadeiro, está compelido por uma valente juíza, Anna Diggs Taylor, a mesma que suspendeu as escutas telefônicas e a interceptação de e-mails feitas sem autorização judicial, aos milhares, por determinação do próprio Bush.
Os Estados Unidos dão, portanto, um esperançoso passo em direção à democracia.

Descaminho
Entre os políticos que não têm o nome incluído nas investigações de ordinarices, é improvável que haja um caso mais dramático que o de Anthony Garotinho. Autor do feito excepcional de eleger-se governador do Estado do Rio vindo da prefeitura de uma cidade interiorana, Campos, reeditou-o ao eleger como sucessora a mulher, Rosinha, para contar com uma base política e lançar-se à Presidência. Mas o que chegou a parecer habilidade política revelou-se, com a aproximação das situações decisivas, a tendência para uma sucessão ininterrupta de erros, muitos deles primários.
Garotinho não compôs um grupo expressivo no Rio, onde continuou visto com hostilidade, e nem sequer cuidou da conquista indispensável no seu partido, PMDB, para viabilizar-lhe a candidatura. Como complemento, não pensou em alternativa pessoal: Garotinho e Rosinha falam, simplesmente, de voltar a Campos. Ainda no caso improvável de que ele se torne secretário do governo fluminense, nada mudaria muito: nem a sucessão de Rosinha encaminhou direito, embora o "seu" candidato, Sérgio Cabral, lidere as pesquisas. Mas essa vitória, se ocorrer, levará à perda do comando do PMDB fluminense por Garotinho.
Hoje, Anthony Garotinho é um político que teve grandes oportunidades e não tem futuro perceptível.

As dívidas
O anunciado recurso de Lula à multa de R$ 900 mil que lhe aplicou o Tribunal Superior Eleitoral tem um desdobramento lógico. Se negado pelo Supremo Tribunal Federal, estará confirmado o caráter eleitoral do 1 milhão de tablóides com os pretensos feitos presidenciais. Logo, além da multa, Lula deveria ressarcir o cofre público do custo total dos tablóides. Cabe outra ação, nesse sentido.
Mas por que recorrer ao STF? O normal não seria recorrer ao prestativo Paulo Okamotto?

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