Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, agosto 03, 2006

Eliane Cantanhede - O tabuleiro da reeleição





Folha de S. Paulo
3/8/2006

Um dos erros mais evidentes do governo Lula foi ter deixado o Congresso, digamos, desguarnecido. Petistas destacados foram para o sacrifício em 2002, como Genoino, que perdeu o governo de São Paulo e ficou sem mandato.
Outros, como Dirceu e Palocci, foram reforçar os quadros do próprio governo. E a maior bancada federal da história do PT, com 91 deputados, ficou sendo um amontoado de novatos -alguns bem deslumbrados, como se viu depois.
Agora, Lula e o PT tentam se articular um pouco melhor para um eventual segundo mandato. A estimativa, excessivamente otimista, é de uma bancada de 80 a 100 deputados, com o reforço no Congresso de gente como os próprios Palocci e Genoino, alguns ex-governadores e ex-prefeitos e o ex-senador José Eduardo Dutra (que tem uma eleição difícil em Sergipe).
Devem ainda tentar um basta nas eternas briguinhas de tendências que impediram José Eduardo Cardozo ou Sigmaringa Seixas de disputarem a presidência da Câmara.
Além disso, Lula deverá contar no Executivo, se for reeleito, com reforços como Marta Suplicy, Aloizio Mercadante, caso perca em São Paulo, Jorge Viana, do Acre, Zeca do PT, de Mato Grosso do Sul, além do prefeito licenciado de Diadema (SP) José de Filippi Júnior, tesoureiro da campanha da reeleição e uma espécie de Palocci de 2002.
Também estão na lista de 2007, caso Lula continue no Planalto, os ex-ministros Ciro Gomes, Eduardo Campos e Aldo Rebelo (atual presidente da Câmara), que são de partidos aliados, passaram incólumes pela avalanche e têm uma lealdade de mão dupla com Lula.
Lula também aprendeu no que dá depender tanto de PTB, PL, PP e quetais. Todo o tabuleiro terá uma peça-chave: o PMDB. O que significa trocar um mal necessário por outro. Ou somar os dois.

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