Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, junho 20, 2006

Folha de S.Paulo - Luís Nassif: O programa de Alckmin - 20/06/2006

O PRIMEIRO passo da equipe incumbida de montar a plataforma do
candidato Geraldo Alckmin foi pedir o afastamento de Samuel Pessoa, o
economista indicado por Tasso Jereissati. Nada pessoal. Apenas
prudência para evitar definições sobre linhas econômicas antes da hora.
A rigor, esse será o maior desafio da equipe, chefiada pelo
economista Antonio Márcio Buainaim, ligado à Unicamp. O grupo interno
tem cinco pessoas trabalhando diretamente nos projetos, mais duas
ajudando a preparar o material de maio.
A partir desse núcleo inicial estão sendo criados grupos de trabalho,
em cima dos temas centrais da campanha -cujo primeiro ensaio foi o
documento "Caminhos para o Desenvolvimento".
Já está formado o GT de Educação, Segurança, Saúde. Inicia-se o
trabalho com uma reunião inicial, em que são definidos pauta e
calendário de entrega dos trabalhos. Cada reunião é acompanhada por
um membro do Grupo Executivo.
Em relação à macroeconomia, o trabalho do grupo será mapear os
principais temas e subtemas e as posições das diversas escolas sobre
eles. O candidato receberá uma síntese, mas a decisão sobre a linha a
ser adotada terá que ser política, do candidato e da Executiva do
partido.
A dificuldade em definir claramente a linha econômica talvez explique
o estilo "uma no cravo outra na ferradura" do candidato. Ontem, em
entrevista a Heródoto Barbeiro, na rádio CBN, Alckmin começou do
jeito que os desenvolvimentistas gostam -criticando a "covardia" de
Lula de não baixar os juros. Continuou como os mercadistas adoram -
sustentando que os juros são altos porque o Estado brasileiro é
imenso, e a dívida pública, enorme. E terminou do jeito que todos
começam suas campanhas desde Collor: prometeu, no primeiro dia,
encaminhar reformas tributária e política, sem entrar em detalhes
sobre elas. Vai chegar a hora em que o candidato terá que se colocar
com mais clareza. Nessa fase inicial, o Grupo Executivo se limitará a
mapear e documentara são discussões.

Varig
Recebo carta de José Roberto Mendonça de Barros contando os detalhes
da tentativa de salvamento da empresa, no último ano do governo FHC.
Chegou a se iniciar um processo de reestruturação que obteve a
concordância dos credores para transformação de parte da dívida em
capital. O plano foi desmontado pela Fundação Ruben Berta, iludida
pela possibilidade de o novo governo dar tratamento à empresa. Recebo
carta também do ex-presidente Rubel Thomas, falando da reestruturação
de 1995 e de como deixou a Varig operacionalmente superavitária. Leia
em www.luisnassif.com.br.

BNDES
Depois de percorrer o circuito Nova York-Washington, o presidente do
BNDES, Demian Fiocca, voltou mais otimista com a situação
internacional. Dos banqueiros mais experientes ouviu a avaliação de
que o mundo está mais seguro depois dos ajustes ocorridos nas Bolsas
nas últimas semanas. Agora os preços estão mais ajustados, e os
investidores, mais prevenidos.
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