| Reali Júnior | ||
| O Estado de S. Paulo | ||
| 6/1/2006 | ||
Em Paris, onde prepara livro, ex-ministro deixa claro seu descontentamento com os rumos da legenda "O PT é uma página virada em minha vida." Essa frase, dita por um de suas mais importantes figuras, o homem que passou parte de sua vida ajudando esse partido a chegar ao poder - mas que também esteve na origem da maior crise de sua história -, o ex- chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu, revela o nível das divergências internas do PT. "Eles tentaram me banir da vida pública , mas não conseguiram", diz ele sobre os que batalharam para sua cassação. Garante não ter mágoas de ninguém, nem mesmo de antigos companheiros de partido - inclusive do presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, mas reage sempre com estocadas quando obrigado a citar alguns nomes, por exemplo os dos gaúchos Tarso Genro e Raul Pont. "Ficar no PT para ouvir os discursos do Tarso e do Raul não dá...", ironiza, ao mencionar um eventual futuro na vida partidária só como militante. "Os que me conhecem sabem que não tenho meio-termo e quando entro é para valer, para brigar , lutar , me impor", avisa o ex-ministro. "Senão, fico de fora. Como essas não são as condições atuais, estou chegando à conclusão de que o melhor é ficar de fora." Mas ele deixa uma porta entreaberta: "Só mudo de posição se me chamarem para a briga. Afinal, conto com o apoio da maioria do partido e o Tarso não representa 3%." "Virei a página" , repete o ex-ministro, mas hesita em optar por um ano sabático em 2006, ano em que o presidente Lula deverá lutar em condições bem mais difíceis para garantir um segundo mandato. A seu ver, as chances de Lula dependem dos programas sociais, como o Bolsa Família. "Afinal, a própria mídia que o ignorou no início já está reconhecendo seu valor". Dirceu se diz convencido, também, de que os tucanos não estão em boa posição. "Seu melhor nome, FHC, aparece em quarto lugar nas pesquisas", diz, com ironia, deixando de lado propositadamente os possíveis rivais José Serra e Geraldo Alckmin. Seja qual for o vencedor, diz ainda, terá dificuldades para governar sem uma reforma administrativa. Ele não esconde suas preferências na disputa pelo governo paulista: "A imensa maioria dos que me apóiam é favorável à candidatura da Marta." A frase é um sinal de que suas relações com o senador Aluizio Mercadante, o outro interessado no cargo, não saíram ilesas da crise. Finalmente, José Dirceu desmentiu a informação de que teria viajado de primeira classe para Paris e em companhia de sua esposa, Maria Rita. "Não vim com minha mulher e ninguém pagou minha passagem. Poderia ter vindo de primeira se quisesse, pois acumulei milhas suficientes." Segundo informou a TAM, o ex-ministro viajou de classe executiva. AGESTADO 6/1/2006 Dirceu deveria aprender lições de Paulo Coelho, diz Tarso
São Paulo - O ex-presidente do PT, Tarso Genro, disse hoje que o ex-deputado José Dirceu deveria aprender com as lições do escritor Paulo Coelho e adotar uma postura mais tolerante na hora de ouvir o que outros petistas têm a dizer. "Acho que ele deveria ouvir mais o Paulo Coelho e aproveitar as lições de tolerância dele", ironizou Genro, ao rebater o ataque feito ontem pelo ex-deputado. Dirceu, que se hospedou na casa de Coelho no sul da França para a passagem de ano, disse que o PT é "uma página virada em sua vida" e que não pode ficar na legenda se for para ouvir o discurso de Genro e do secretário-geral Raul Pont. "Acho que neste momento temos que ouvir o que as pessoas têm a dizer e não criar obstáculos ao debate", ressaltou Genro, em referência ao movimento de refundação do PT integrado por ele próprio e por Pont. "O que nós queremos é exatamente derrubar barreiras para que as pessoas possam ser ouvidas." Genro disse ainda que Dirceu encontra-se em uma situação de "depressão política" e que as observações do ex-deputado representam uma síntese da postura que ele teve quando esteve na liderança do PT: "Essa postura é negativa para o momento que o partido está vivendo". Na entrevista, Dirceu disse também que os que o conhecem sabem que não tem meio-termo e que quando entra em algo é "para valer, para brigar e se impor". Assim como Genro, Pont rebateu duramente as críticas de Dirceu, alegando que o ex-deputado mostrou "quem ele é e como ele age" em suas afirmações. "Ele não quer nos ouvir mas nós o ouvimos durante dez anos", disse Pont, acrescentando que Dirceu se mostrou "incapaz de fazer uma autocrítica". "Ele deveria reconhecer que foi um dos construtores das derrotas que o PT viveu no governo." Pont disse ainda que não abre mão de dar continuidade à reconstrução do PT por meio de um debate que ofereça espaço para os pensamentos das diferentes correntes que integram a legenda. "Nós não somos tão impositivos nem tão onipotentes e queremos continuar construindo o PT com pluralidade", disse Pont. Pont disse que continuará brigando pela abertura de uma comissão de ética para avaliar petistas envolvidos nas denúncias de corrupção. "E talvez seja isso que deixa Dirceu tão irritado."
Clarissa Oliveira |
Entrevista:O Estado inteligente
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sexta-feira, janeiro 06, 2006
PT é uma página virada em minha vida', diz Dirceu
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