Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Editorial da Folha de S Paulo

NOVIDADE NAS FINANÇAS
As empresas brasileiras impulsionaram no ano passado um notável movimento de obtenção de recursos diretamente no mercado de capitais. De acordo com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), as ofertas de ações, debêntures, notas promissórias e certificados de recebíveis imobiliários captaram R$ 50,7 bilhões em 2005.
As emissões de ações ocorreram no Novo Mercado da Bovespa e nos segmentos que pressupõem padrões mais exigentes de governança corporativa. Nesse ambiente, as empresas devem emitir apenas ações com direito a voto, garantir os direitos dos investidores minoritários e manter 25% das ações em circulação.
Os investidores estrangeiros compraram mais da metade (60,2%) das ofertas iniciais de ações. Esse é um fato novo e relevante. A boa governança vai sinalizando que pode atrair investidores e abrir perspectiva de captação de novos recursos.
Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), que permite às empresas transformar uma receita futura em dinheiro no presente, também se expandiram. Movimentaram R$ 8,3 bilhões no ano passado, e a expectativa é de que girem R$ 12 bilhões neste ano.
O fluxo de recursos mobilizados pelo mercado de capitais já se aproxima do movimentado pelos empréstimos bancários. As concessões de créditos empresariais acumularam R$ 75,6 bilhões em 2005. A concorrência pode auxiliar na queda das taxas de juros cobradas das empresas para financiar seus investimentos. Há indícios de que esse efeito benéfico já começa a ocorrer.
A tendência pode persistir em 2006, especialmente se for mantida a trajetória de queda das taxas de juros. Todavia, o ciclo expansivo do mercado de dívida privada e todos os seus efeitos positivos podem ser abortados facilmente com a persistência de incertezas sobre o ritmo de crescimento econômico e mediante uma regulação falha dessa complexa atividade financeira.

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