Pedido de socorro a FHC partiu de Murilo Portugal
Expedito Filho
Foi o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal, quem recorreu ao ex-presidente Fernando Henrique e lhe pediu que sugerisse à oposição atitude mais tolerante com o ministro Antonio Palocci. No governo passado, Portugal serviu a FHC - e foi sua bem-sucedida ponte entre o chefe anterior e o atual que deu fim à fritura deste, iniciada com os ataques da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), em entrevista ao Estado. No momento mais crítico de Palocci, Portugal ligou para o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e pediu a compreensão do PFL. ACM recomendou-lhe que falasse também com FHC, que já tinha radicalizado na oposição ao PT. Com a ligação de Portugal, FHC cedeu e adotou o discurso de que a oposição não pode ser responsável pela queda de Palocci. Em seguida, ligou para ACM para combinar uma ação conjunta de PFL e PSDB. Os dois avaliaram que a melhor solução seria convidar o ministro a depor, em vez de convocá-lo. Já o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), diz que Palocci 'não passará do fim do ano', mesmo que a oposição se esforce para não agravar a crise. Para ele, a saída de Palocci tornou-se inevitável e não deve mudar nada na economia.