FSP
O episódio preferido dos críticos do ex-ministro Delfim Netto é o pacote econômico de 1980. Na ocasião, fez uma desvalorização do cruzeiro, seguido de um congelamento da correção monetária e do câmbio, acompanhado de uma política monetária expansionista. Resultou em uma aceleração da inflação, em uma piora nas contas externas, culminando com a moratória de 1982.
No dia em que Delfim publicar suas memórias, provavelmente o episódio terá um capítulo central, no qual abordará as limitações políticas da época, a crise internacional, com o segundo choque de petróleo e o de juros, e a decisão política do então presidente da República, João Baptista Figueiredo, de definir reajustes semestrais para os salários. Mesmo assim, entregou ao governo seguinte uma economia com todos os fundamentos relativamente equilibrados -com exceção da inflação.
Seja qual for o julgamento da história, nas décadas seguintes, Delfim se transformaria na mais importante referência do país para temas macroeconômicos. Delfim passou pela fase da gana de poder, pela fase do deboche, vendo as cabeçadas da antiga oposição, e, nos últimos anos, pela fase da sabedoria. Suas colaborações semanais à imprensa têm se constituído no farol mais lúcido contra as loucuras de sucessivas políticas econômicas, temperando o conhecimento das modernas teorias monetárias com a sabedoria de quem conhece profundamente o Brasil real.
Sua inigualável capacidade em emular a linguagem das diversas tribos econômicas permitiu-lhe apresentar a proposta do "déficit nominal zero", melhor alternativa de uniformizar clichês e conceitos e estabelecer limites ao "fator Afonso Bevilaqua" -o diretor do Banco Central pai desses juros astronômicos.
Acenava com uma no ferro -fim das vinculações orçamentárias-, outra na ferradura -redução dos juros. Não avançou pela desconfiança geral -inclusive minha- de que o social ficaria só com o ferro.
Mesmo assim, hoje em dia, talvez seja o único economista brasileiro a transitar com desenvoltura pelas diversas linhas de pensamento. Na condição de diretor do Conselho de Economia da Fiesp, juntou debaixo do órgão de monetaristas da PUC-RJ e do Ipea a economistas da economia real, analistas econômicos e lideranças empresariais.
Manter Antonio Palocci Filho sangrando no Ministério da Fazenda seria falta de juízo de Luiz Inácio Lula da Silva; substituí-lo por Murilo Portugal, falta de criatividade; pensar na alternativa Delfim, como elemento de transição para um ano que se prenuncia duríssimo, sinal de imaginação, mesmo sabendo que não haveria condescendência para com os gastos sociais.
Clichês do dia
1) Quem critica a política de juros altos com superávit elevado não apresenta alternativas. Apresenta: redução mais rápida da taxa de juros.
2) Quando se vê o buraco na estrada: governo não investe em infra-estrutura. Quando a ministra Dilma Rousseff pressiona a Fazenda para liberar recursos para as estradas: ministra quer promover a gastança.
Entrevista:O Estado inteligente
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