Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, novembro 23, 2005

CLÓVIS ROSSI Até na Suíça

FSP
 GENEBRA - São 22h aqui em Genebra (19h em Brasília) quando começo a escrever. Desisti de acompanhar a novela Palocci. Troquei-a por algo bem mais divertido, o jogo Lille x Benfica pela Liga dos Campeões europeus. De vez em quando, zapeio para Thoun (Suíça) x Arsenal. Também 0 a 0.
Fico impressionado com a quantidade de brasileiros que jogam no Thoun, que está longe de ser time de primeiro linha e é de uma cidade que tampouco figura nos roteiros dos tupiniquins (Berna, a capital da Suíça, aliás, adorável, embora seja um gelo nesta época do ano).
São quatro inscritos, dois em campo, desconhecidos, desconfio que até do Tostão e do Juca Kfouri: dois Adrianos (Spadoto e Pimenta), Leandro Vieira e Tiago Bernardini. Fora o Gelson Rodrigues, naturalizado, quem diria, luxemburguês.
Suspeito que escrever sobre futebol seja, talvez, a única maneira de poder falar bem do Brasil ou de alguns brasileiros.
Afinal, que raios se pode escrever da crise Palocci? Todo mundo sabe que o governo Lula tem uma penca de problemas, mas nenhum deles chama-se Antonio Palocci. Pode-se gostar ou não da política que ele executa, mas não dá para dizer que é um desastre, ao contrário, para citar só um exemplo, do caixa dois que levou o PT à mais absoluta lona.
Seria portanto razoável se houvesse um mínimo de razoabilidade nesse governo, que Lula chamasse Palocci de "o nosso Palocci", em vez de dar a Delúbio Soares o tratamento de "nosso Delúbio".
Importa-me pouco ou nada se Palocci fica ou sai, entre outras razões porque tanto faz quem seja o ministro. A política econômica será a mesma, porque o presidente não tem nem coragem nem idéias para mudá-la.
Por isso mesmo é ridículo criar uma crise só para gastar um punhado de reais a mais ou a menos.
E, ainda por cima, o Thoun tomou um gol de pênalti (discutível) no finzinho. Até na Suíça nos roubam.

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