Entrevista:O Estado inteligente
Miriam Leitão:Preço de banana
Um dos fatos mais desconcertantes do tempo atual é a queda do dólar. Ele tem caído no mundo inteiro e mais ainda no Brasil. Os dados mostram que aqui cai mais do que nos outros países, em parte por causa dos juros reais altíssimos. Parte da fraqueza do dólar tem a ver com a economia americana e seus déficits gigantescos. Em março, o governo americano gastou US$ 71 bilhões mais do que arrecadou e importou em fevereiro US$ 61 bilhões mais do que exportou.
A economia do mundo vive esta contradição: a moeda emitida pela maior economia do planeta, que serve de parâmetro no comércio exterior e nas finanças internacionais, tem se desvalorizado em relação à maioria das moedas, pela desconfiança em relação às contas públicas e externas do país.
Houve até uma mínima melhora, se comparado com o ano passado. Em março de 2004, o déficit fiscal foi de US$ 72 bilhões. Nos primeiros seis meses do ano fiscal, que começa em outubro, o buraco das contas do governo foi de US$ 295 bilhões e havia sido, nos seis meses equivalentes do ano passado, de US$ 301 bilhões. A arrecadação cresceu 10%. Como os gastos cresceram 7%, o aumento da arrecadação acabou neutralizado.
Até que ponto a maior economia do mundo pode continuar gerando déficit e se endividando sem entrar em crise? É uma situação de instabilidade. Mesmo assim, a curto prazo, estamos todos salvos, porque os Estados Unidos estão crescendo e a ata do Fomc (o Copom deles) reduziu as preocupações com o risco inflacionário.
A comparação da alta da moeda brasileira e de uma cesta de moedas frente ao dólar não deixa dúvidas: o real está se valorizando mais do que a média das outras moedas, como se pode ver no gráfico abaixo.
O economista Sérgio Goldstein, que já foi chefe de mercado aberto do Banco Central, e hoje está na ARX Capital, diz que é importante olhar os déficits americanos para avaliar a situação.
— Outra notícia que veio de lá, que pode manter o quadro atual, é o fato de que o Fed não deve mais aumentar os juros com tanta rapidez. Ou seja, não haverá agora queda do fluxo de capitais para os mercados emergentes.
O economista Luis Otávio Leal, da ASM Asset, diz que se formou um círculo virtuoso que não deixa haver qualquer aposta contra o real:
— Está entrando muito dólar, seja de exportação, seja de dinheiro de arbitragem de taxas de juros, que estão muito altas. Acho difícil o câmbio cair no curto prazo, porque agora vai começar a entrar a safra de grãos, elevando as exportações.
Na Maxima Asset Management, o comentário feito é que a apreciação maior do real em relação às outras moedas está ligada aos “robustos superávits comerciais, que têm elevado as previsões da balança comercial para o ano”.
Em resumo, é isto: os déficits americanos mantêm-se altíssimos, os juros brasileiros são altos demais, a balança comercial tem produzido um volume razoável de dólares para o país, e, por último, o Banco Central, desde o dia 7 de março, não tem comprado dólar no mercado futuro e, desde o dia 17 de março, não tem comprado dólar no mercado à vista. Sobra dólar, falta comprador, a moeda cai.

NO VÔO que saiu ontem às 16h45m de Salvador para Santiago do Chile, o comandante usou a comunicação técnica sobre o vôo para falar bem da própria empresa. Disse que ela tem levado para todo o mundo a bandeira do Brasil. Contou que o centro de treinamento da Varig é considerado um dos melhores do mundo, usado por várias empresas e um dos pontos de apoio da própria Boeing. “É um orgulho fazer parte desta história de 77 anos”, disse o comandante, no que pareceria uma despedida de uma empresa com conhecidos problemas financeiros, se ele não tivesse acrescentado em tom esperançoso: “Outros 77 anos virão.”
ESPANTOSO o número do IBGE de que os municípios contrataram 600 mil pessoas entre 1999 e 2002. É por isso que o contribuinte não agüenta mais pagar a conta do Estado brasileiro.
Jornal O Globo
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