Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, maio 22, 2008

VALDO CRUZ Mensagem a Dilma

BRASÍLIA - Dilma Rousseff, a chefe da Casa Civil e nome preferido de Lula para sucedê-lo, não gostou nada do que andou lendo nos últimos dias. Mais precisamente uma entrevista do colega Tarso Genro ao jornal "Zero Hora", publicada no último domingo.
Nela, o ministro da Justiça dá declarações que, na visão de aliados de Dilma, revelam uma articulação contra a candidatura presidencial da gerente do PAC. Além de mostrar que grupos do PT não estariam satisfeitos com a forma como Lula vem conduzindo sua sucessão. Dilma largou na frente na preferência do presidente e deixou para trás o próprio Tarso e o ministro Patrus Ananias. Pelo menos por enquanto.
Em resumo, Tarso diz que o candidato petista à sucessão de Lula tem de ter "profundo vínculo partidário" com o PT. Questionado se Dilma terá de criar tal vínculo, responde que "esse é um enigma ainda não proposto para nós".
Na entrevista, o ministro revela ainda que foi criado um grupo de 10 a 12 dirigentes para discutir o papel do PT num tempo sem Lula na Presidência. E que, pós-eleição municipal, esse grupo tratará do candidato do partido em 2010.
Vista como uma conspiração contra Dilma por seus aliados, a fala de Tarso ganha outra leitura entre os amigos do ministro. Primeiro, lembram que ele se expôs publicamente na defesa da ministra no episódio do dossiê contra os tucanos.
Segundo, o objetivo de Tarso teria sido enviar uma mensagem a Dilma, um recado para ela se aproximar mais do PT. Em outras palavras, tudo bem, ela é a preferida de Lula, mas precisa construir sua candidatura com o partido. Amigos de Tarso ressalvam apenas que ele exagerou um pouco na dose, mas acertou no conteúdo.
O fato é que o estilo independente de Dilma, sem militância partidária, não agrada a muita gente no PT. Vai que ela ganha e fica livre para montar o governo que desejar. Em suma, a disputa pelo ponto futuro petista esquentou.

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