Celso Ming |
O Estado de S. Paulo |
16/1/2008 |
O Citigroup foi o primeiro bancão americano a mostrar o estrago provocado pelo estouro da bolha em seu patrimônio e o que se viu convulsionou os mercados. O prejuízo do quarto trimestre de 2007 antes esperado não passava de US$ 1 por ação. Pois o resultado foi um prejuízo de quase o dobro disso; foi de US$ 1,99, totalizando US$ 9,8 bilhões. O rombo provocado pelos créditos imobiliários de alto risco obrigou o banco a cortar US$ 18 bilhões de seus ativos. Esse número ficou abaixo dos US$ 24 bilhões previstos pelos analistas, mas ninguém pode garantir que a sangria tenha parado por aí. A notícia boa dentro desse quadro ruim foi o anúncio de que o banco receberá US$ 14,5 bilhões em capitais novos, subscritos por investidores do Oriente Médio e fundos soberanos asiáticos. São recursos, em princípio, suficientes para compensar as perdas e garantir capital para enfrentar os compromissos técnicos com os critérios de Basiléia, regras que exigem solidez patrimonial proporcional ao volume de crédito operado pelos bancos. Apesar desse fato positivo, o mercado desandou. O Índice Dow Jones, que mede o comportamento da Bolsa de Nova York, caiu 2,2%. Como nos Estados Unidos se negocia um volume maior de ações brasileiras do que aqui, a Bolsa de São Paulo mergulhou ainda mais: 3,7%. Contribuíram para a derrubada mais dois fatos. O primeiro deles foi o imediato rebaixamento dos títulos do Citigroup pela Standard & Poors, uma das três maiores agências de análise de risco, o que consolidou a suspeita de deterioração dos fundamentos do banco. E o outro foi a divulgação de dados ruins sobre as vendas no varejo no mercado americano em dezembro, o que reforçou o diagnóstico de que a economia americana entrou em recessão. Outros grandes bancos deverão revelar suas perdas nos próximos dias e os prognósticos não são animadores. Como são responsáveis pela distribuição de crédito, bancos avariados, ainda que socorridos com capital fresco, estarão em dificuldades para continuar azeitando a economia. Esse quadro aumenta a pressão sobre o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) por uma redução mais acentuada dos juros na reunião do dia 30, com dois objetivos: irrigar a economia com mais recursos ainda para enfrentar o risco de recessão; e impedir a propagação da crise. Ficou muito improvável um corte inferior a 0,5 ponto porcentual, que deverá derrubar os juros básicos a 3,75% ao ano, abaixo dos 4,0% que prevalecem na área do euro. Ontem, foi um dia de fuga para a segurança. Mas não há refúgio seguro numa situação em que a inflação avança, o dólar se desvaloriza e os juros caem. O mercado tenderá a ficar atarantado, saltando de galho em galho, como bicho assustado. Confira A tabela mostra o volume de capitais que está sendo injetado em sete grandes bancos, apenas para repor as perdas provocadas pela crise das hipotecas de alto risco (subprime). Os dados são da Bloomberg. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, janeiro 16, 2008
Celso Ming - Desandou
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