Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Antonio Sepulveda, Pega na mentira II, a missão

JB - 14/jan/2008
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Em nossa coluna de 13 de agosto do ano passado, intitulada “Pega na Mentira”, cotejarmos a então “frase do dia” do mundo virtual: “A mentira tem perna curta, língua presa, barba branca, um dedo a menos e duas oreia”, apenas mais uma das múltiplas chocarrices que ridicularizam nosso presidente na mídia, em geral, e na Internet, em particular, em razão das trapaças deslavadas do Homo Garanhuensis, entre tantos outros deméritos que lhe são peculiares. Na ocasião, denunciamos as fabulações presidenciais com respeito à crise da aviação. O candidato Lula da Silva divulgara a "morte anunciada do transporte aéreo" e, mais tarde, já chefe do governo, com a desfaçatez habitual, afirmou que não tinha conhecimento da gravidade do problema. Repetimos: Lula da Silva faz o Barão de Munchausen parecer um bisonho borra-tintas.

Nada mudou de lá pra cá. Com extremo caradurismo, o presidente declarou que não aumentaria impostos, tendo em vista a perda da CPMF. Mentiu mais uma vez. Alcançou o ápice do cinismo ao enaltecer as virtudes da democracia e do regime republicano; dissimulou humildade na vitória e altivez na derrota; forjou sintonia com a opinião pública; desautorizou o Comissário da Fazenda que, numa atitude afoita, ousara dizer a verdade ao anunciar nova carga de impostos com evidente prejuízo para o setor produtivo. O discurso do Planalto continua, portanto, a despejar a costumeira enxurrada de balelas e sofismas. São mentiras obtusas, nervosas, afobadas, num quadro de compulsão raiando pela demência.

A CPMF foi abolida democraticamente, pois a verba não era aplicada como deveria. E o que faz o Executivo? Por decreto, discricionariamente, aumenta o IOF sem consultar o Legislativo. É o ranço autocrata do viés socialista. Por essas e outras, ninguém em sã consciência acredita que essa turma sectária quisesse os 40 bilhões "controlados e dirigidos para a saúde”. Ambicionam muito mais para os inócuos programas assistencialistas que só fazem crescer a inadimplência e a fila interminável de dependentes do estado neste pobre Brasil que o grande David Nasser, com extrema propriedade, chamou de “o país dos coitadinhos”.

Uma de nossas leitoras compara o achincalhe do programa bolsa-família, o peixe gratuito dado a quem não sabe ou não deseja pescar, à ação do traficante de entorpecentes que vicia cada vez mais os dependentes de suas drogas. Criou-se assim, segundo ela, o partido dos não-trabalhadores com Lula da Silva no cargo de manda-chuva. É a indústria da ociosidade à custa do dinheiro do contribuinte espoliado por um governante mentiroso e cercado por meliantes que, no regime militar, costumavam assaltar, matar e seqüestrar em defesa da ditadura do proletariado.

Lula da Silva tem arroubos de estadista, mas fala e age qual um corifeu de republiqueta. O cúmulo da impostura governamental, contudo, foi a tentativa do Comissário Mantega de corrigir o incorrigível com esta pérola do impudor: "O presidente Lula disse que não mexeria na área tributária em 2007 e de fato não o fez. Estamos fazendo em 2008 e, portanto, está dentro daquilo que foi estabelecido". Um povo precisa ser amorfo e desmedulado para agüentar verborréia tão inconsistente e deliberadamente populista e enganosa.

Na próxima vez que o presidente disser alguma coisa, devemos interpretar que as palavras dele têm a validade limitada ao tempo em que forem enunciadas; os fatos serão outros no momento seguinte. Em suma, o chefe da nação não tem credibilidade, porquanto seu discurso é destituído de qualquer valor tangível. Provavelmente, por ignorância, Lula da Silva não se preocupa com as conseqüências de sua irresponsabilidade. Mostrou-se sempre capaz de engambelar (até quando?) a grande massa da população que, como ele, teve pouco ou nenhum acesso ao estudo; certamente, no entanto, a Mãe História, documental, criteriosa e inexorável, exporá às gerações futuras, com todas as letras, a impudência e o espírito embusteiro de Lula da Silva.


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