Entrevista:O Estado inteligente

sábado, novembro 10, 2007

VEJA Carta ao leitor

O rei-cidadão

Coleção particular
Pedro II, aos 24 anos: a liberdade de expressão era para o monarca um valor intocável


Às vésperas do feriado de 15 de novembro, dedicado às comemorações da proclamação da República, VEJA publica uma reportagem especial sobre o personagem quase sempre minimizado daquele episódio, Pedro II, o imperador deposto pelos militares fundadores da República. Por que Pedro II, e não Deodoro da Fonseca, o general, por sinal amigo do monarca, que há 118 anos destronou a dinastia Bragança e extinguiu a monarquia como forma de governo no Brasil?

Primeiro, porque Pedro II é notícia. Um pequeno mas extraordinário livro do historiador José Murilo de Carvalho aguçou recentemente a curiosidade a respeito do último imperador do Brasil, cuja vida está sendo pesquisada agora por muitos outros estudiosos. Segundo, porque Pedro II deixou um legado que ainda repercute entre nós. O legado do homem público com amor ao saber, tolerante com os adversários e fervoroso defensor da liberdade de expressão. Disse o imperador: "A nossa principal necessidade política é a liberdade de eleição; sem esta e a de imprensa não há sistema constitucional na realidade, e o ministério que transgride ou consente na transgressão desse princípio é o maior inimigo do estado e da monarquia".

A reportagem de VEJA, escrita com graça e exatidão pela editora executiva Vilma Gryzinski, mostra que Pedro II tinha a noção clara da inviabilidade histórica da monarquia, para ele apenas uma "fase de preparação" para as novas e fabulosas etapas do progresso político, social e até científico que vislumbrava para o Brasil. A reportagem conta que o imperador, um homem de hábitos modestos, recusou a pensão que o novo regime lhe ofereceu para viver com algum conforto no exílio a que foi forçado. São muitas as recompensas proporcionadas pelo estudo da história. A de trazer de volta ao cenário a figura grave e respeitosa de Pedro II é uma das mais significativas para os tempos em que vivemos.



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