Entrevista:O Estado inteligente

domingo, novembro 04, 2007

O avanço das importações

Outubro registrou um forte incremento das importações, que atingiram US$ 12,33 bilhões, superando em US$ 1,63 bilhão os US$ 10,69 bilhões de setembro e em US$ 3,58 bilhões as de outubro do ano passado (41,1%). Ainda que a média diária de importações tenha sido praticamente igual à de setembro e que outubro tenha tido 22 dias úteis, ante 19 dias úteis do mês anterior, as compras externas firmam-se num volume cada vez maior, estimuladas pela depreciação do dólar em relação ao real.

Tanto as importações como as exportações foram recordistas em outubro. Mas as exportações estão crescendo mais devagar. Foram de US$ 15,76 bilhões em outubro, superando em 11,3% as de setembro e em 24,2% as de outubro de 2006.

Pelo critério de médias diárias, as exportações de outubro foram de US$ 716,8 milhões, 3,8% inferiores às de setembro, de US$ 745,6 milhões. Na mesma comparação, as importações recuaram 0,4%.

O crescimento das importações foi generalizado, oscilando entre o mínimo de 32,3% e o máximo de 41% nos itens bens de capital, matérias-primas e intermediários, combustíveis e lubrificantes e bens de consumo - os mais demandados.

O ritmo e a diversificação das importações decorrem tanto do câmbio favorável como da demanda interna aquecida. Por ora as exportações - lideradas por bens de transporte, autopeças, petróleo bruto, minério de ferro e soja - ainda garantem um elevado superávit comercial, mas que já começa a declinar.

O superávit de 2007 deverá ficar próximo de US$ 40 bilhões, já se antevendo um forte declínio em 2008 para um nível da ordem de US$ 34 bilhões, como prevê o Boletim Focus, com base nas expectativas dos bancos e consultorias. É possível que esse número seja revisto para baixo em breve.

O Ministério do Desenvolvimento reestimou as exportações de 2007 de US$ 155 bilhões para US$ 157 bilhões. Será preciso conferir se o País conseguirá exportar mais produtos com elevado conteúdo tecnológico e de maior valor agregado. Esta é a questão mais importante relativa à política cambial.

A corrente de comércio (exportações mais importações) alcançou US$ 270,39 bilhões em 12 meses, até outubro, 20,6% a mais do que nos 12 meses anteriores, projetando US$ 300 bilhões para 2008 e US$ 340 bilhões para 2010. É sinal do desejável aumento da abertura da economia, cujo ritmo deveria ser ainda maior.

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