Tanto as importações como as exportações foram recordistas em outubro. Mas as exportações estão crescendo mais devagar. Foram de US$ 15,76 bilhões em outubro, superando em 11,3% as de setembro e em 24,2% as de outubro de 2006.
Pelo critério de médias diárias, as exportações de outubro foram de US$ 716,8 milhões, 3,8% inferiores às de setembro, de US$ 745,6 milhões. Na mesma comparação, as importações recuaram 0,4%.
O crescimento das importações foi generalizado, oscilando entre o mínimo de 32,3% e o máximo de 41% nos itens bens de capital, matérias-primas e intermediários, combustíveis e lubrificantes e bens de consumo - os mais demandados.
O ritmo e a diversificação das importações decorrem tanto do câmbio favorável como da demanda interna aquecida. Por ora as exportações - lideradas por bens de transporte, autopeças, petróleo bruto, minério de ferro e soja - ainda garantem um elevado superávit comercial, mas que já começa a declinar.
O superávit de 2007 deverá ficar próximo de US$ 40 bilhões, já se antevendo um forte declínio em 2008 para um nível da ordem de US$ 34 bilhões, como prevê o Boletim Focus, com base nas expectativas dos bancos e consultorias. É possível que esse número seja revisto para baixo em breve.
O Ministério do Desenvolvimento reestimou as exportações de 2007 de US$ 155 bilhões para US$ 157 bilhões. Será preciso conferir se o País conseguirá exportar mais produtos com elevado conteúdo tecnológico e de maior valor agregado. Esta é a questão mais importante relativa à política cambial.
A corrente de comércio (exportações mais importações) alcançou US$ 270,39 bilhões em 12 meses, até outubro, 20,6% a mais do que nos 12 meses anteriores, projetando US$ 300 bilhões para 2008 e US$ 340 bilhões para 2010. É sinal do desejável aumento da abertura da economia, cujo ritmo deveria ser ainda maior.