Entrevista:O Estado inteligente

sábado, janeiro 06, 2007

VEJA Carta ao leitor


Crime sem castigo

Luludi/Ag. Luz
Parte da equipe* de VEJA: a impunidade é o motor do banditismo

Faz parte da tradição de VEJA publicar, de tempos em tempos, um conjunto especial de reportagens reunidas sobre um tema que sobressai pela relevância no presente ou que aponta para mudanças de paradigmas para o futuro próximo. Essas reportagens especiais proporcionam ao leitor uma visão aprofundada das questões. Em agosto do ano passado, por exemplo, a revista trouxe 97 páginas sobre a China, o país que está para se tornar a maior economia do planeta. Neste primeiro número de 2007, VEJA traz 41 páginas sobre a mais avassaladora faceta da realidade urbana brasileira, o domínio territorial de vastas porções das cidades e a superioridade de fogo dos bandidos sobre os policiais.

A coordenação do trabalho ficou a cargo de Mario Sabino, redator-chefe de VEJA. Ele contou com a editora Thaís Oyama e uma equipe de nove repórteres. O editor executivo Marcio Aith foi chamado a contribuir. Ao longo de três meses, os jornalistas foram a campo conversar com especialistas, ouvir histórias das vítimas e conhecer melhor os próprios criminosos. Três repórteres percorreram regiões de alto risco, como favelas cariocas e as fronteiras ermas do Brasil com o Paraguai, a Colômbia, o Peru, a Bolívia e o Suriname, por onde entram a droga e as armas que alimentam facções como o PCC paulista e o Comando Vermelho carioca. A revista enviou, ainda, um repórter para visitar um presídio de segurança máxima nos Estados Unidos que poderia servir de modelo aos congêneres brasileiros.

Às vésperas do fechamento do especial sobre crime, traficantes do Rio de Janeiro desencadearam uma série coordenada de atentados na cidade. Mais uma vez, os bandidos assombraram pela ousadia e crueldade. Como sempre ocorre nesses episódios, uma maré de indignação se levantou no país. Para que os índices de criminalidade no Brasil baixem a patamares toleráveis, é preciso erradicar a doença crônica da qual os atentados no Rio são apenas manifestações esporádicas. O nome dessa doença é impunidade. Seus males aparecem junto com o despreparo e a leniência. Como mostra a reportagem especial desta edição, o quadro ainda tem solução desde que as autoridades passem a agir com inteligência, coragem e persistência.


* De cima para baixo: Leonardo Coutinho e Rafael Corrêa.
Thaís Oyama, Mario Sabino, Fábio Portela e Marcio Aith.

Camila Pereira, Heloisa Joly e Érica Chaves

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