O Globo |
18/8/2006 |
Não deveria ser sem uma dose de emoção e alguns momentos de conflito o debate entre candidatos à Presidência da República que inclua o segundo mais votado nas pesquisas e a candidata que, proporcionalmente, vem mostrando o maior potencial de subida. Infelizmente, tépido parece ser o melhor adjetivo para o programa da TV Bandeirantes na segunda-feira passada. Na verdade, aquele cordial convescote de candidatos não chega a merecer o nome de debate, expressão que pressupõe confronto de posições e propostas quase sempre diferentes, muitas vezes antagônicas. Mais parecia treino de time de vôlei na fase do aquecimento, com todo mundo levantando para todo mundo cortar. No caso, alguns cortando com visível incompetência. Foi programa corretamente montado e conduzido. Nada parecido com aquele famoso debate da campanha de 1989, quando tantos eram os participantes e tão complexas as regras que em dado momento o candidato Aureliano Chaves ganhou a palavra e, perdido como cego em tiroteio, implorou ajuda à mediadora que lhe dera a palavra: "Eu tenho de perguntar ou de responder?" Vai ver, se ela o instruísse a responder, o bravo cacique mineiro obedeceria, mesmo na ausência de uma pergunta no ar. O programa da Bandeirantes não foi confuso - mas nem por isso escapou de ser morno demais. Principalmente por ter sido exaustivamente cordial. Nenhuma pergunta dura cortou o ar. Todas as promessas foram ouvidas em silêncio bem-educado. Tudo morno demais para o que se pretendia que fosse confronto entre posições e propostas de cidadãos interessados em presidir a República. Críticas, apenas as óbvias, à ausência de Lula, inclusive do candidato do PSDB. Geraldo Alckmin aparentemente esqueceu que o seu companheiro de partido, Fernando Henrique Cardoso, quando candidato à reeleição, também faltara ao debate antes do primeiro turno. Mas não ocorreu a qualquer dos demais debatedores aborrecê-lo lembrando esse detalhe. Enfim, a ausência do líder nas pesquisas no primeiro debate é estratégia óbvia: quem está na frente na corrida, mas tem de defender erros e pecados de quatro anos de governo, tem tudo a perder e nada a ganhar se aceitar dividir um palco com quem tem tudo a ganhar e nada a perder. Enfim, se Fernando Henrique e Lula - com biografias e personalidades tão diferentes - tomaram a mesma decisão, alguma lógica ela tem. Com cinco ou seis participantes revezando-se em perguntar e responder, a discussão tende a ficar morna demais, como aconteceu segunda-feira, ou excessivamente quente - principalmente se está presente um candidato à reeleição, alvo natural de todas as flechadas. Registre-se apenas que Lula acumula razões mais numerosas e desagradáveis do que o seu antecessor para ter em agosto o seu dia de São Sebastião. No fim da contas, o bem-intencionado programa de segunda-feira serviu para se ouvir o que já se sabia sobre as idéias, algumas dignas de respeito, outras tantas apenas blablablá, de variados candidatos. De novidade, mesmo, só a revelação de que Cristovam Buarque já jogou futebol com seu jovial adversário do PSL, Luciano Bivar. |
Entrevista:O Estado inteligente
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sexta-feira, agosto 18, 2006
Luiz Garcia Todo mundo levantando
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